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Banco Central

Após 14 leilões de dólar desde 12 de dezembro, moeda americana fecha último pregão do ano valendo R$ 6,179, acumulando alta de 27,4% em 2024

Ministro da Fazenda Fernando Haddad | Imagem por Paulo Pinto/Agência BrasilBRASÍLIA, 30 de dezembro — Com um receio persistente do mercado sobre a capacidade do governo de cuidar das contas públicas e a previsão de uma valorização do Dólar após a posse do novo presidente dos Estados Unidos, a moeda americana, que começou o ano cotada a R$ 4,852, encerrou o último pregão de 2024, após uma intervenção do Banco Central (BC) nesta tarde com um leilão à vista de US$ 1,815 bilhão, valendo R$ 6,179 (alta acumulada de 27,4% no ano e de 17,06% desde a posse do atual governo).


Ministro da Fazenda Fernando Haddad | Imagem por Paulo Pinto/Agência Brasil

BRASÍLIA, 30 de dezembro — Com um receio persistente do mercado sobre a capacidade do governo de cuidar das contas públicas e a previsão de uma valorização do Dólar após a posse do novo presidente dos Estados Unidos, a moeda americana, que começou o ano cotada a R$ 4,852, encerrou o último pregão de 2024, após uma intervenção do Banco Central (BC) nesta tarde com um leilão à vista de US$ 1,815 bilhão, valendo R$ 6,179 (alta acumulada de 27,4% no ano e de 17,06% desde a posse do atual governo).

Com essa cotação, passando dos R$ 6 nominais pela primeira vez no fim de novembro, o Real se tornou a sexta moeda, entre as 118 principais do mundo, que mais perdeu valor em relação ao dólar ao longo do ano.

Segundo um levantamento da Austin Rating, perderam mais valor que o Real em 2024 as moedas do Sudão do Sul (-72,0%), da Etiópia (-56,5%), da Nigéria (-41,7%), do Egito (-39,2%) e da Venezuela (-30,8%).

Em menos de duas semanas, desde o dia 12 de dezembro, tentando conter a alta do Dólar, o Banco Central realizou 14 leilões da moeda americana injetando cerca de US$ 32,57 bilhões no mercado de câmbio ('queima' de dinheiro da reserva), mas mesmo assim não conseguiu fazer o valor cair abaixo dos R$ 6.

O valor deste último pregão do ano será utilizado na maior parte dos contratos cambiais com vencimento em janeiro.

Desconforto do mercado: Os investidores, que já demonstravam desconforto em manter recursos no Brasil por conta da situação fiscal do país, intensificaram suas preocupações após o recente anúncio – sem detalhes – do governo sobre um corte de gastos de R$ 70 bilhões em dois anos, que veio acompanhado, fora do tempo (não aconteceria antes de 2026), da proposta de isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil (custo anual estimado em R$ 45,8 bilhões).

O desconforto se intensificou ainda mais quando o projeto de corte de gastos passou pelo Congresso com diversas desidratações que foram minimizadas pela equipe econômica.

Há pouco, em uma conversa com jornalistas, o ministro Haddad, questionado sobre o tema, afirmou que em 2024 o dólar se manteve "forte no mundo todo" e destacou que as intervenções do Banco Central foram essenciais para garantir liquidez "enquanto o mercado processava as informações a respeito das medidas fiscais".

"O câmbio não é fixo no Brasil e o dólar, este ano de 2024, termina muito forte no mundo todo. Mas eu penso que as intervenções do Banco Central foram corretas, no sentido de afastar um pouco, de dar liquidez para quem estava, eventualmente, fazendo remessa, enquanto o mercado processava as informações a respeito das medidas fiscais" -Fernando Haddad


(Matéria em atualização)

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