A 33ª Feira do Livro de Havana, outrora um grande evento cultural de Cuba, enfrenta dificuldades em 2025 devido à severa crise que assola o país. A falta de energia elétrica, com apagões chegando a 24 horas, impacta diretamente a realização do evento.
Segundo informações do site 14yMedio, criado pela ativista Yoani Sánchez, os visitantes enfrentaram longas filas, tanto no transporte público quanto nas tendas da feira.
O evento acontece principalmente no complexo Morro-Cabaña, um local histórico com forte simbolismo para Cuba. Para encher os pavilhões, os depósitos do Instituto Cubano do Livro tinham que ser “raspados” em busca de exemplares impressos há décadas.
relatou o site 14yMedio.
Apesar das dificuldades, um livro proibido durante décadas sob o regime de Fidel Castro, “Contos Negros de Cuba”, da etnóloga Lydia Cabrera, tornou-se destaque. Sua inclusão na “Biblioteca do Povo” permite sua aquisição por 50 pesos cubanos (cerca de R$ 12,00).
Por outro lado, livros mais recentes e importados, como obras de Stephen King e Harry Potter, são vendidos por preços dolarizados, custando quase US$ 40. Livros didáticos e materiais escolares também são comercializados, mas os altos preços e longas filas para adquiri-los ainda são realidade.
A situação econômica de Cuba afeta diretamente a realização da feira. A falta de lançamentos recentes, a dependência de livros antigos e os preços dolarizados demonstram os desafios enfrentados pelo país, onde a crise de desabastecimento impacta até mesmo eventos culturais de grande importância.
A Feira do Livro de Havana em 2025 reflete a realidade cubana atual, marcada por escassez e dificuldades econômicas.
A participação do público, mesmo diante das adversidades, demonstra a resiliência do povo cubano e a importância da cultura no país.
*Reportagem produzida com auxílio de IA