A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu a investigação sobre o grave acidente ocorrido em 21 de dezembro de 2024, na BR-116, que envolveu um ônibus com 54 passageiros, uma carreta e um carro. O incidente resultou em várias mortes e mobilizou equipes de resgate do Corpo de Bombeiros, da Polícia Rodoviária Federal e de prefeituras vizinhas.
As vítimas fatais, com idades entre 1 e 64 anos, eram originárias principalmente da Bahia e de São Paulo, incluindo também pessoas de Minas Gerais e Paraíba. A identificação dos corpos foi realizada por meio de impressões digitais, exames de arcadas dentárias e DNA. A polícia utilizou tecnologia de scanner 3D para simular o acidente e auxiliar na investigação.
O inquérito apontou que a carreta transportava duas grandes rochas de granito, e uma delas se soltou, atingindo a lateral do ônibus, o que provocou um incêndio no veículo. A investigação revelou que os documentos de transporte e as notas fiscais da carga estavam falsificados, com o proprietário alterando o peso das pedras para evitar a fiscalização nas estradas.
Além disso, constatou-se um sobrepeso de 77% no carregamento da carreta. A suspensão do caminhão havia sido modificada para suportar um peso maior, o que facilitou o deslocamento da carga que atingiu o ônibus.
O relatório pericial também apontou a responsabilidade do motorista, com a detecção de substâncias proibidas em seu organismo, como cocaína, álcool e ecstasy. Ele também não respeitou o limite de velocidade no local do acidente.
"No momento do acidente, o semirreboque estava a 97 km/h", destaca o relatório.
"A perícia apontou que, no trecho, qualquer velocidade acima de 62 km/h de um conjunto veicular que pesava 103 toneladas, provavelmente tombaria, como aconteceu."
A Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) declarou, em nota, que o inquérito comprovou que a empresa responsável pelo ônibus, a Emtram, não teve envolvimento no acidente, estando em conformidade com as normas de segurança.
"É um conjunto de provas que apontam que foi um crime doloso", afirma o chefe do 15.° Departamento de Polícia Civil, Amaury Tenório de Albuquerque, reforçando a gravidade das conclusões da investigação.
A conselheira Letícia Pineschi ressaltou a importância da fiscalização para coibir práticas ilegais que colocam em risco a vida dos usuários das rodovias.
"É fundamental que haja uma fiscalização eficiente, coibindo práticas ilegais, como a fraude em documentação e o excesso de peso, que colocam em risco a vida dos usuários das rodovias" disse Letícia Pineschi.
*Reportagem produzida com auxílio de IA