
O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, atingindo 14,75% ao ano. A decisão era esperada pelo mercado, mas a comunicação do Banco Central (BC) indicou uma possível pausa no ciclo de alta dos juros.
Economistas divergem sobre os próximos passos. Alguns acreditam que a taxa atual representa o teto, enquanto outros preveem um último ajuste de 0,25 ponto percentual. A incerteza no cenário econômico e a cautela do BC são os principais fatores em jogo.
A comunicação do Copom removeu a indicação de qual seria a decisão mais provável na próxima reunião, enfatizando a necessidade de flexibilidade diante da incerteza. Além disso, o balanço de riscos para a inflação passou a ser visto como simétrico, com riscos tanto de alta quanto de baixa.
"Esta mudança na comunicação indica que o Comitê quer ter mais flexibilidade daqui por diante e abre a porta para a interrupção do ciclo de alta de juros em junho" disse Luis Cezario, economista-chefe da Asset 1.
Essa visão é compartilhada por Leonardo Costa, economista do ASA, que aposta no encerramento do ciclo na reunião atual, sem altas adicionais ao longo do ano.
Apesar da possibilidade de uma pausa, alguns analistas, como Helder Bassi, da est Gestão de Patrimônio, ainda esperam um ajuste final de 0,25 ponto-base, devido à desancoragem das expectativas de inflação.
"O BC elevou a Selic em 50 pontos base, mas deixou a porta aberta para receber novos dados, acompanhar a volatilidade internacional, decisões internacionais de política monetária. E aí, na próxima reunião, ele decide se, de fato, já parou por aqui, em 14,75%, ou se precisará dar um ajuste residual" comentou Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
Daniela Lima, economista da Kinea, acredita que o BC pode até ter deixado a porta aberta para dar 25 pontos-base de alta na próxima reunião, mas que é ligeiramente mais provável a manutenção.
A decisão final do Copom dependerá da análise dos dados econômicos nas próximas semanas. O mercado aguarda com expectativa para saber se a Selic atingiu seu pico ou se ainda haverá um último aumento.
Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, ressalta que não há nenhum compromisso com os próximos movimentos do BC, e que a porta está aberta tanto para uma alta de 0,25 p.p. quanto para a manutenção da taxa.
Para Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, existe a opção de nova alta de 0,25 p.p., mas o plano de voo do BC parece apontar mais para uma paralisação.
*Reportagem produzida com auxílio de IA