
A recente eleição de Miriam Leitão para a Academia Brasileira de Letras (ABL), somada ao título de "Intelectual do Ano" recebido em 2024, reacende o debate sobre a decadência da cultura brasileira. A ABL, fundada por Machado de Assis, parece priorizar celebridades em vez de escritores com obras que transcendem gerações.
A escolha de nomes como Fernanda Montenegro, cuja obra literária se resume a um livro de memórias, exemplifica essa tendência. O estatuto da ABL, que exige "obras de reconhecido mérito literário", parece ser ignorado em favor de figuras midiáticas e influentes.
"O mérito foi substituído pelo marketing, e a literatura, pela visibilidade."
A situação se agrava ao analisar os livros mais vendidos no Brasil. Em abril de 2025, livros de colorir para adultos e manuais de autoajuda dominavam as listas, revelando um empobrecimento intelectual disfarçado de democratização. A priorização da figura pública em detrimento da produção intelectual é evidente.
No ambiente acadêmico, universidades têm produzido teses sobre temas banais, como youtubers e reality shows, sob o pretexto de inovação. Essa infantilização da cultura se reflete na ausência de brasileiros laureados com o Prêmio Nobel em literatura ou ciência.
A Argentina, México, Chile, Colômbia, Guatemala, Peru e Costa Rica, países com menos recursos, acumulam prêmios Nobel, enquanto o Brasil coleciona celebridades. A inteligência cede espaço à performance, e a crítica é confundida com ressentimento.
"O título Mais Tolo que o Tiririca já não é um exagero retórico."
A cultura brasileira foi sequestrada por aqueles que falam sobre ela, não por aqueles que a constroem. A mediocridade ascendeu ao pódio, onde a superficialidade ofusca o verdadeiro talento.
É inegável a guinada ideológica que a cultura brasileira tem sofrido. Resta saber se as instituições culturais brasileiras recuperarão o prestígio perdido ou se sucumbirão de vez ao progressismo militante.
*Reportagem produzida com auxílio de IA