
O clima político em Sousa começa a se movimentar rumo a 2026, e um nome que tem surgido com força nos bastidores é o do atual vice-prefeito, José Célio, o popular "Zé Célio". Procurado pelo repórter Bruno Rafael no programa Progresso Agora, da rádio 103,5 FM, o vice-prefeito abriu o jogo sobre seu futuro político, admitindo que está sendo incentivado a disputar uma vaga na Assembleia Legislativa da Paraíba.
"Essa informação é baseada no desejo popular. Onde a gente chega, dizem que esse é o meu momento", declarou Zé Célio, ao comentar as especulações de que poderá ser candidato a deputado estadual. Segundo ele, pesquisas já indicam seu nome na dianteira, à frente de outros pré-postulantes como Lindolfo Pires e André Gadelha. "Disparado", enfatizou.
Apesar das evidências apontadas, o vice evita oficializar a pré-candidatura. "Não vou anunciar candidatura agora. Existe o momento certo. É preciso analisar quem está em sintonia com o povo dentro do bloco de situação", disse, sugerindo que seu nome seria o mais viável eleitoralmente no grupo governista.
No entanto, Zé Célio também expôs um desconforto evidente com o grupo ao qual pertence — ou, como ele mesmo definiu, "pertencia". "Mostramos em Sousa que temos liderança mesmo sem ter grupo político. Às vezes, tem grupo político que não tem liderança. E eu, sem grupo, fui eleito vice-prefeito", disparou.
Durante a entrevista, o vice-prefeito insinuou estar sendo deixado de lado pela administração da qual faz parte. "Não estou me afastando da gestão. Estão me afastando. Esse pessoal tem conversado pouco comigo", afirmou. Quando questionado se isso significava um rompimento político, ele negou um "racha", mas deixou claro o desconforto: "Não penso em racha, penso em união. Mas uma união onde uns são privilegiados e outros não, aí complica".
Ele também criticou a falta de cargos ou espaço na estrutura da prefeitura. "Nunca assumi cargo de nada. Fui vice porque ajudei, somei, e gastei — gastei muito dinheiro", disse, em tom de desabafo.
Um trecho da entrevista chamou atenção por parecer endereçado a Lindolfo Pires, que também almeja uma vaga na Assembleia: "A pessoa tem que deixar a vaidade de lado e pensar em Sousa", disse Zé Célio, ao comentar a disputa interna no grupo situacionista. Negou que fosse uma crítica direta, mas ao mesmo tempo reforçou: "Não sou eu quem diz, é a pesquisa. Estou na frente de Lindolfo e de André".
A fala de Zé Célio revela muito mais do que apenas uma intenção de candidatura: ela expõe um vice-prefeito que, embora eleito junto ao grupo liderado por Fábio Tyrone e Helder Carvalho, se sente escanteado e sem o devido reconhecimento. A ausência de espaço na gestão e o discurso sobre "gastar muito dinheiro" reforçam a narrativa de que há uma ruptura, ainda que não declarada.
Se é um racha definitivo ou apenas uma pressão pública por protagonismo dentro do grupo, o tempo dirá. O fato é que Zé Célio começa a se posicionar com clareza no tabuleiro político de Sousa, e, com ou sem grupo, quer entrar na disputa com o apoio popular como seu principal trunfo.
Fonte: Da Redação do Blog