A tragédia aconteceu em uma loja da rede de supermercados Carrefour, a maior do Brasil, mas poderia acontecer em qualquer lugar. Em novembro de 2020, um homem negro foi espancado até a morte por seguranças. João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, fazia compras em uma loja de Porto Alegre quando foi abordado e acusado de roubo. O que aconteceu para um suposto furto virar uma sentença de morte é difícil de explicar, porém, sabe-se há muito tempo que o racismo está na origem da maioria desses episódios.
Para a rede varejista, a tragédia teve implicações financeiras relevantes. A empresa sofreu um enorme prejuízo de marca, teve de assinar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público e rever sua estrutura de segurança privada – os profissionais envolvidos no caso eram terceirizados. Um fundo de 115 milhões de reais foi criado para financiar ações antirracistas e, quase três anos depois, a companhia ainda trabalha para criar uma estrutura que ofereça segurança às pessoas, independente da cor da pele.