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teatro

Torturas de Um Coração

Uma aposta popular do Grupo Oficina


Foto: Ascom

Tive a oportunidade de assistir a essa última encenação do Grupo Oficina na Mostra de Teatro em Cajazeiras(2019), na qual é possível observar de perto um panorama do que se produz na região.

O trabalho desse grupo de forte referência na Paraíba, em especial na região do sertão polarizada pela cidade de Sousa, é basicamente sustentado pela força da atuação dos seus três atores e atriz, em razão da presença cênica a partir do desenho que rascunharam para cada um dos quatro personagens da trama urdida pelo autor, Ariano Suassuna.

Destacar também a presença da música – voz e percussão como elemento básico e que leva cor ao espetáculo. Precisa ser utilizado nas entradas posteriores de cada personagem.

O texto foi originalmente escrito para encenação com mamulengos. Aliás, é tradicional esse enredo nas apresentações dos mamulengos que atravessaram séculos e se enraizaram no Nordeste. Babau, João redondo ou calunga, a depender a sua origem do estado do Nordeste.

Torturas de Um Coração reaviva o itinerário do personagem Benedito(Reginaldo Sulino) em busca da conquista da sua amadas, Marieta (Edileuza Santos). Com esperteza, truques de humor ele enfrenta os poderosos Cabo 70 (Luiz Cacau) e Vicentão(Alexandre Formiga).

O espetáculo foi apresentado na rua, mas pela disposição das cenas na relação com o público se ajusta adequadamente em espaços fechados, sejam arenas ou teatros chamados italianos.

Neste aspecto, chama a atenção alguns "ajustes" – diria opções que o grupo pode apostar. Vejo que a disposição da trama pode ganhar tensão e melhor relação entre atores/personagens se as cenas/embates ganharem centralidade na movimentação dos atores/atriz, optando-se por um deslocamento e relação entre eles em circulo. "Fixar um ponto (pequeno tablado) em que os atores atriz" ocupem esse mini circulo e se revezem conforme o protagonismo e crescente tensão dos personagens na cena.

Essa observação foi feita no bate-papo informal com o grupo e, confesso, é típica de quem é ator e "se mete na direção" dos outros.

Buda Lira

Ator, produtor e gestor cultura


Da Redação

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