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Racismo

Você acredita em brancofobia, racismo reverso ou outras ficções?

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Se você acredita que a pessoa branca sofre racismo isso só prova o quanto é urgente ampliarmos nossos questionamentos e reflexões críticas a respeito das relações raciais que ocorrem na sociedade brasileira na sala de aula.

Em se tratando de racismo reverso já afirmo desde sempre: NÃO EXISTE! O que existe é uma postura conservadora, reacionária e fundamentalista de determinados setores de nossa sociedade que não querendo perder espaço de poder e privilégios políticos, econômicos, sociais e culturais são radicais em não querer dialogar e acrescentar outras demandas, dos grupos tidos como minorias na agenda nacional, como é o caso de se por em prática a lei 10.639/2003 hoje alterada para a Lei 11.645/2008.

Tais grupos reacionários ao verem outros setores, pessoas, adentrando diversos espaços sociais e pleiteando suas demandas, ou seja, adquirindo voz na sociedade sendo reconhecidos por sua humanidade na luta por direitos acham um absurdo por estarem perdendo o controle de toda situação. Por isso é comum desqualificar o discurso da diversidade, deslegitimar os grupos que tem suas identidades nascidas da luta por direitos.

Assim surgem nos representantes desse liberalismo, nada contemplador da liberdade de todos, todas e todes, os dizeres whatsapianos de que não existe racismo, ou que tudo não se passa de mimimi, ou que se existe racismo esse poderia ser reverso ou mesmo que o que ocorre é uma fobia de brancos.

Mas não podemos esquecer que os conceitos de racismo e fobia foram construídos por meio de pesquisas das ciências humanas, das análises dos cientistas sociais que ao observarem a sociedade percebem os fenômenos estruturais históricamente construídos, como por exemplo de racismo e homofobia. São anos de métodos e embasamento teórico para criar um conceito e teorias que nos ajudam a compreender a realidade histórica e social e não por conta de uma opinião ofendida por perder espaço de poder. Certa vez uma pessoa me disse que um membro de sua família, uma pessoa branca, havia sofrido racismo do patrão que era negro. As pessoas brancas experimentam o preconceito ou discriminação e acreditam estar sofrendo racismo. Outrossim, um problema particular de uma pessoa branca não representa a história da sociedade brasileira, muito menos representa racismo.

De fato, como bem ensinou a Prof Lilia Schukmam, o que pode existir quando uma pessoa branca se ofende nas relações raciais é preconceito ou mesmo discriminação, pois essa relações está ligada a relação entre indivíduos. Nunca será racismo, pois para ser racismo precisa que haja uma história de longa duração que crie uma estrutura de dominação social de um grupo racial dominando, escravizando, violentando outro grupo baseado na ideia de superioridade.

Portanto, mais uma vez, nunca é pouco repetir, que o conceito de racismo estrutural é para explicar um sistema de dominação, segregação, punição de um grupo racial sobre outro amparado no conceito de raça.

Nesse sentido a estrutura de nossa sociedade é racista e permite que existam instituições racistas, relações racistas e estrutura de domínio e controle sociais racistas, modelados por tal estrutura que influencia nosso comportamento. Dessa forma, as esferas políticas e as instituições se organizam de forma a excluir, destratar, não enxergar os grupos racialmente lidos como inferiores (em nossa sociedade indígenas e negros)

Na história brasileira, apesar de não haver leis de segregação explicitas elas estavam lá como foi o caso da lei de 1837 que impedia as pessoas negras de estudarem por que elas eram consideradas um grupo transmissor de doenças, ou a lei 1850 que impedia o acesso de pessoas negras a propriedade da terra, ou a lei 1890 que criminalizava a vadiagem e a capoeira. Contudo a vadiagem foi uma criação do próprio Estado brasileiro que oficializou a libertação dos negros em condição de escravidão, mas os deixou sem auxílio para viverem uma vida digna, ou seja, havia a liberdade sem emprego e casa e as pessoas ficariam onde nas ruas e eram interpretados como vadios e vagabundos, percebam como o próprio Estado criava a justificativa para a prisão dos negros.

Não há racismo reverso porque a pessoa branca no Brasil não viveu tal experiência de ser segregada, porque a legislação brasileira não discriminou os brancos de terem acesso a educação, terras, voto e acessos aos seus direitos, na verdade foram os brancos que, estando no poder, criaram os meios para segregar e discriminar os negros, então o que existe é uma dívida histórica da herança racista que ainda nos acompanha.

Por isso a importância da educação antirracista que educa a reflexão do olhar e comportamento nas relações étnico raciais.

Eu sou Lavini Castro Educadora Antirracista

Mestre em Relações Étnico Raciais

Referência

https://www.youtube.com/watch?v=TWAJEeIx8VY

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