Em meio a um cenário político repleto de desafios e discussões acaloradas, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva surge com uma declaração ousada e, ao mesmo tempo, comprometida com a valorização do trabalho e a fortificação da democracia. "Não há desoneração sem contrapartida ao trabalhador" é a premissa que norteia as políticas públicas anunciadas pela administração, evidenciando uma perspectiva que coloca o trabalhador no centro das atenções.
Em um discurso dado a imprensa na COp-28, o presidente Lula destacou a importância de promover a justiça social por meio de medidas que não apenas estimulem o desenvolvimento econômico, mas que também assegurem benefícios tangíveis para a classe trabalhadora. Nesse contexto, a ideia de desoneração fiscal surge como uma ferramenta estratégica, mas com uma condição irrefutável: a contrapartida em favor dos trabalhadores.
A desoneração fiscal, quando aplicada corretamente, tem o potencial de impulsionar a economia, facilitar a geração de empregos e fortalecer o ambiente de negócios. No entanto, o governo Lula destaca que esse processo não pode ser dissociado de responsabilidades sociais. Em outras palavras, a busca por eficiência econômica deve ser acompanhada de ações concretas que garantam melhorias nas condições de trabalho, salários justos e direitos preservados.
Essa abordagem alinha-se com a visão de que a força de uma democracia está diretamente ligada à força dos sindicatos. Segundo o ex-presidente, sindicatos robustos desempenham um papel crucial na defesa dos interesses dos trabalhadores, atuando como contrapeso às assimetrias de poder. A força coletiva representada pelos sindicatos é vista como um pilar essencial para uma sociedade mais justa e equitativa.
A afirmação de que "quanto mais forte for o sindicato, mais forte será a democracia" ressoa como um chamado à união e à organização dos trabalhadores. Para Lula, a democracia plena só pode ser alcançada quando há um equilíbrio efetivo entre os diversos setores da sociedade, e os sindicatos desempenham um papel vital nesse equilíbrio.
Os críticos podem argumentar que essa abordagem pode impactar a competitividade das empresas, mas o governo Lula argumenta que a verdadeira competitividade deve ser construída sobre bases éticas e justas. Empresas prósperas e uma classe trabalhadora satisfeita não são metas mutuamente exclusivas; ao contrário, são componentes interdependentes de um sistema que busca o desenvolvimento sustentável.
Nesse contexto, o governo Lula se destaca não apenas por sua visão econômica, mas por seu comprometimento em construir uma sociedade mais igualitária e participativa. A proposta de desoneração com contrapartida ao trabalhador reflete não apenas uma estratégia política, mas uma convicção profunda de que a verdadeira democracia só pode florescer quando cada cidadão, representado pelos sindicatos, tem voz e participação ativa nas decisões que moldam o futuro do país.
Por Paulo Pereira