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Assédio eleitoral no trabalho: uma ameaça à democracia nas eleições de 06 de outubro de 2024

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Foto: imagem ilustrativas

Opinião - As eleições que se aproximam no dia 06 de outubro de 2024 trazem consigo um grande desafio para a democracia brasileira: o assédio eleitoral no ambiente de trabalho. Em diversos lugares do país, funcionários têm sido pressionados por seus empregadores a votarem em determinados candidatos, seja através de discursos velados, seja por ameaças diretas à segurança de seus empregos. E, como jornalista, cidadão e defensor das liberdades democráticas, não posso me calar diante dessa prática que, além de ilegal, fere diretamente o direito de escolha individual.

Estamos diante de uma questão de enorme gravidade. Quando um trabalhador se vê coagido a seguir a orientação política de um superior, o voto, que deveria ser secreto e fruto de reflexão pessoal, se transforma em um ato imposto. Essa prática mina as bases do processo democrático, onde cada cidadão deve ter o direito de expressar livremente sua vontade nas urnas.

Nas últimas semanas, tenho recebido relatos assustadores. Funcionários de diversas áreas relatam que foram chamados a reuniões onde seus chefes deixaram claro: ou votam em determinado candidato ou correm o risco de perder seus empregos. Em alguns casos, a pressão vem disfarçada de "orientação"; em outros, a ameaça é explícita. Esse tipo de coação é um desrespeito não apenas aos trabalhadores, mas à própria democracia.

Vale lembrar que a legislação eleitoral brasileira é clara quanto a isso. O Código Eleitoral proíbe qualquer tipo de coação ou pressão sobre eleitores, inclusive no ambiente de trabalho. A Justiça Eleitoral tem atuado para combater essas práticas, mas a realidade é que, em muitos casos, o medo do desemprego silencia aqueles que sofrem assédio. Como mudar esse cenário? Como garantir que o trabalhador possa votar de forma livre e consciente?

Eu acredito que a resposta passa pela informação e pela denúncia. É essencial que os trabalhadores conheçam seus direitos e saibam que não estão sozinhos. A Justiça Eleitoral e o Ministério Público precisam ser acionados para que esses casos sejam investigados e punidos. Mais do que isso, as empresas precisam entender que sua função não é interferir nas escolhas políticas de seus funcionários, mas garantir um ambiente onde a democracia seja respeitada.

O voto é uma das principais ferramentas que temos para moldar o futuro do país. Quando essa ferramenta é manipulada por interesses de poucos, todos nós perdemos. Precisamos estar vigilantes. Cada ameaça à liberdade de escolha nas eleições é uma ameaça à nossa própria liberdade enquanto cidadãos.

O que está em jogo neste 06 de outubro de 2024 é muito mais do que a eleição de um candidato. É o nosso direito de escolher, de discordar, de construir um país onde a democracia prevaleça. E isso começa no ambiente de trabalho, onde nenhum empregador tem o direito de decidir por você.

Por: Paulo Pereira

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