A Heineken divulgou seus resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24), mostrando crescimento orgânico de receitas em 4,7% em relação a 2023. No Brasil, o crescimento de receitas orgânicas foi de um dígito médio, com aumento nos volumes de cerveja em um dígito baixo.
A marca Heineken cresceu entre 10% e 15% no Brasil, enquanto a Amstel apresentou crescimento de um dígito, tornando-se uma das 5 principais marcas do país. Segundo o Bradesco BBI, a Heineken aumentou sua fatia de valor e participação em volume no segundo semestre, apesar do baixo desempenho do segmento econômico.
Para impulsionar o crescimento das marcas Heineken e Amstel, a Heineken planeja abrir uma nova cervejaria no Brasil em 2025. Apesar da depreciação do real, o lucro operacional da empresa no Brasil "expandiu significativamente", graças ao mix de portfólio e à economia com a cadeia de suprimentos local.
"Acreditamos que a confirmação de que a tão esperada nova cervejaria da Heineken deve iniciar suas operações em 2025 sinaliza que a concorrência do setor deve permanecer acirrada."
BBI, analistas.
Embora a Heineken não tenha divulgado seu desempenho de volume no Brasil no 4T24, analistas acreditam que pode ter superado a expectativa de queda de 1% em volume para a cerveja da Ambev no trimestre. O BBI destaca que, no início de 2024, a Heineken teve um desempenho mais forte (volumes em alta de um dígito no 1T24), que diminuiu ao longo do ano, possivelmente devido à concorrência com a Petrópolis e à desaceleração do consumo.
O crescimento orgânico de um dígito da receita líquida da Heineken em 2024 está alinhado com a expectativa do BBI para a Ambev (aumento anual de 4%). O BBI observa que a estratégia da Heineken para crescimento de receita e resultados no Brasil focará em mix de produtos (premium e mainstream), mix de canais e mix de embalagens, e não em preços.
"Em vez disso, continuamos acreditando que o caminho da Heineken para a expansão da receita e dos resultados no Brasil se originará cada vez mais de seu mix de produtos (foco em premium e mainstream), do mix de canais (aumentando a penetração no local) e no mix de embalagens (promovendo a penetração de retornáveis), em vez de preços, que podem continuar visando os principais centros de lucro da Ambev no país."
BBI, analistas.
O BBI avalia a Ambev (ABEV3) com um múltiplo P/L mais atraente de 10,5 vezes para 2025, mas mantém recomendação neutra devido à desaceleração do setor e pressões de custos. O Itaú BBA acredita que os números da Heineken indicam desempenho semelhante ao da Ambev em 2024, esperando um declínio de volume de 2,0% ano a ano para a divisão de cervejas da Ambev no 4T24, resultando em crescimento anual de 1% em 2024 e crescimento de receita líquida de 6,6%.
"De acordo com a Heineken, a participação de valor da empresa aumentou ao longo do ano no mercado brasileiro, com ganhos de participação de volume no segundo semestre. Isso pode levar a uma leitura de ganho de participação de mercado no 4T quando comparado com a Ambev. Além disso, prevemos mais pressões de volume para acompanhar o aumento da planta de Passos da Heineken ao longo de 2025."
Itaú BBA, analistas.
A expectativa do mercado para a Ambev era de resultados fracos, com queda de volumes e pressão nos preços, levando alguns bancos a cortarem recomendações. A concorrência entre Heineken e Ambev no mercado brasileiro permanece intensa.
*Reportagem produzida com auxílio de IA