A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou uma movimentação atípica na conta do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, de acordo com fontes ouvidas pelo R7 junto à investigação. Segundo um relatório enviado pela entidade à Polícia Federal e ao Ministério Público, o pastor Arilton Moura teria depositado R$ 60 mil na conta de Ribeiro. O religioso é um dos suspeitos de envolvimento em um esquema de tráfico de influência na pasta.
Tanto Milton Ribeiro quanto Arilton foram presos na manhã desta quarta-feira (22) na Operação Acesso Pago, que cumpriu 13 mandados de busca e apreensão e 5 de prisão. O pastor Gilmar Santos, também suspeito de envolvimento no caso, foi detido em Goiânia. Todos os presos passam por audiência de custódia nesta quinta-feira (23).
A investigação se concentra em entender qual seria o motivo dos repasses. De acordo com as diligências realizadas até agora, o ex-ministro se encontrava com os religiosos no ministério para que eles indicassem prefeitos de municípios que receberiam verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), vinculado ao MEC (Ministério da Educação).
A prisão é preventiva, ou seja, não tem prazo e poderá durar enquanto as diligências ainda estiverem em andamento. No entanto, a defesa do ex-ministro afirmou que pretende ingressar com um pedido de habeas corpus, ou seja, solicitar a soltura do cliente.
O advogado de Ribeiro, Daniel Bialski, informou que o ex-ministro "já assinou a procuração" e que está em busca das cópias do processo para poder fazer um habeas corpus. "Mesmo sem conhecer profundamente o caso, parece-me que essa prisão preventiva não possui contemporaneidade (os fatos ocorreram há muito tempo) e não haveria nem razão e/ou motivo concreto para essa custódia antecipada", defendeu, acrescentando que acompanhará Ribeiro na audiência de custódia designada.
Bialski também disse que a única negociação entre ribeiro e o pastor foi a venda de um carro. "Legítimo, lícito, documentado, tudo em ordem", afirmou. Procurada para comentar a suspeita de que seu cliente realizou um depósito na conta de Milton, a defesa do pastor Arilton Ribeiro informou que "se manifestará apenas nos autos".
O ex-ministro passa por audiência de custódia nesta quinta-feira, em São Paulo. Inicialmente, o juiz Renato Morelli, da 15ª Vara Federal de Brasília, tinha determinado que a audiência ocorresse na capital federal. No entanto, ele atendeu a um pedido da defesa para que o cliente continuasse no estado onde foi preso na manhã desta quarta-feira.
O juiz Renato Borelli, que determinou a prisão preventiva, decidirá se mantém ou não o ex-ministro encarcerado enquanto duram as investigações. Outra motivação para a decisão do magistrado seriam dificuldades logísticas da PF para realizar a transferência até o Distrito Federal.
Da Redação do blog R7