Dólar
Euro
Dólar
Euro
Dólar
Euro

racismo

Torcedor do Fluminense afirma ter sido alvo de racismo no Morumbi: 'Começou a fazer sinal de macaco, de banana'

Homem assistia jogo entre seu time e o São Paulo na torcida visitante neste domingo (17) e filmou gesto de agressor. Em suas redes sociais, clube paulista diz que vai ajudar a identificar o homem gravado imitando um macaco.

Imagem de destaque da notícia

Um torcedor afirmou ter sido vítima de racismo enquanto assistia ao jogo do Fluminense contra o São Paulo, neste domingo (17), no estádio do Morumbi. Carioca, o homem estava no setor de visitantes quando assistia à partida, válida pelo Campeonato Brasileiro de futebol masculino, e sofreu o ataque.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Gabriel Brandão, de 26 anos, grava o momento em que um são-paulino imita um macaco em sua direção. É possível ouvir a vítima dizer "faz de novo", pois já havia ocorrido agressão anterior à filmada.


"Hoje fui no Morumbi assistir o jogo com uns amigos e infelizmente fui vítima de racismo pelo um torcedor do São Paulo. Não quero nada com esse vídeo, até porque sei a importância que eu tenho. Mas isso tem que acabar. Racismo é crime e infelizmente ainda existe", escreveu o homem na postagem.

Ao g1, Brandão contou que não quis registrar um boletim de ocorrência para denunciar o crime. "Foi bem complicado, mas na hora eu não quis passar para frente. Quis continuar vendo o Fluminense jogar e deixar apenas para postar na rede social", disse.

O motorista de Uber diz que a agressão ocorreu no início do segundo tempo do jogo. Ele e os amigos estavam em um setor próximo da torcida da casa, apenas um acrílico e PMs dos dois lados os separavam. Em meio a troca de provocações entre paulistas e cariocas, ele disse que o agressor começou a imitar macaco e fazer gesto de banana em sua direção.

"Ele não tinha fundamento para falar mais nada, provocar, e começou a fazer sinal de macaco, de banana. Todo mundo chamou a polícia. Puxei o celular, estava mais perto e comecei a filmar. Pensei que ele ia parar de fazer e consegui pegar ele fazendo", afirmou.

Policiais militares aparecem nas gravações no momento em que o agressor faz o gesto. No entanto, os três PMs filmados não atuam para evitar a agressão ou após o ato e seguem subindo a arquibancada do estádio.

Brandão mora em São Gonçalo, Baixada Fluminense, e saiu da sua casa às 7h para viajar a São Paulo e assistir o jogo. Ele conversou com a reportagem na viagem de volta ao Rio, com previsão de chegada em torno de 2h desta segunda-feira (18).

Em nota divulgada no Twitter, o São Paulo lamentou o caso de racismo e disse que "racistas não são bem-vindos" no Morumbi. "O Tricolor reafirma que é contra todo tipo de discriminação, repudia qualquer forma de ofensa de cunho racial e se coloca à disposição das autoridades para apurar os fatos e ajudar a identificar o agressor", publicou o clube.

O torcedor do Fluminense espera que o são-paulino seja identificado. "Está nítido o rosto dele, tomara que não vá mais aos jogos. Vou ver se posso processar, é uma coisa chata. Mesmo que tente não me afetar, afeta. Eu estou tranquilo. Fluminense empatou, mas não precisava acontecer tudo que aconteceu e muita gente viu e me incentivaram a postar o vídeo", disse.

Também nas redes sociais, o Fluminense disse que está "à disposição do seu torcedor e repudia severamente qualquer ato discriminatório, solicitando celeridade das autoridades na investigação do caso. O preconceito precisa ser erradicado de todos os ambientes da sociedade, inclusive do Futebol".

Casos de racismo

Denúncias de racismo têm ocorrido com frequência no futebol brasileiro e sul-americano ao longo deste ano. Em junho, três torcedores do Boca Juniors, time da Argentina, foram detidos por injúria racial no jogo contra o Corinthians - válido pelas oitavas de final da competição internacional.

Dois meses antes, em abril, um outro torcedor do Boca também foi detido por injúria racial ao imitar um macaco na direção de torcedores do Corinthians. O jogo também era pela Libertadores, mas na fase de grupos.

Todos pagaram fiança e foram liberados. Leonardo Ponzo, o homem preso em abril, ainda tirou sarro da situação ao chegar na Argentina. "Aqui não houve nada", escreveu em uma foto publicada no Instagram com uma figurinha de macaco ao lado da frase. Ele teve sua fiança paga pelo Consulado da Argentina no Brasil.

Outros brasileiros foram vítimas de atos racistas em jogos dos seus times em outros países da América do Sul, caso de Corinthians, Palmeiras, Flamengo e Fortaleza.

Fonte: Redação do blog com g1

Comentários

Leia estas Notícias

Acesse sua conta
ou cadastre-se grátis