O rotavírus é prevenível por vacinas gratuitas e disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), recomendadas para bebês aos 2 e 4 meses de idade.
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O estudo é uma iniciativa da Rede Global de Vigilância da Diarreia Pediátrica, coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e com participação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). O Laboratório de Virologia Comparada e Ambiental do IOC atua como centro de referência regional para rotaviroses para o Ministério da Saúde e para a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), recebendo amostras de Bolívia, Equador, Paraguai e Peru, além das colhidas no Brasil.
Na América Latina, o estudo incluiu dados de Paraguai, Bolívia, Peru, Equador, Honduras e Nicarágua. Há ainda análises sobre Benin, Costa do Marfim, Gana, Nigéria, Madagascar, Etiópia, Uganda, Zâmbia, Zimbabue e Ilhas Maurício, na África; Ucrânia e Moldávia, na Europa; Armênia, Tadjiquistão e Uzbequistão, na Ásia Central; Índia, China, Indonésia, Ilhas Fiji, Laos, Myanmar e Vietnam, no Sudeste e Leste da Ásia.
O continente americano foi a única região pesquisada onde o rotavírus não foi a principal causa das internações por diarreias graves. Nos quatro países da América do Sul, a maior parte das hospitalizações foi devida ao norovírus. Já nos dois da América Central, a bactéria Shigella foi mais prevalente. Em comum, os países da região têm a vacinação contra o rotavírus incluída nos programas nacionais de imunização desde 2010.
No Brasil, a vacina contra o rotavírus foi inserida no Programa Nacional de Imunizações (PNI) em março de 2006. A vacinação se dá por via oral, aos 2 e 4 meses de vida. Apesar da disponibilidade gratuita da vacina, apenas 71% do público-alvo foi imunizado em 2021. Os dados de 2022 ainda estão sendo atualizados no sistema de informações do PNI.
Além da vacinação, a prevenção da infecção pelo rotavírus deve incluir o aleitamento materno e cuidados de higiene pessoal e doméstica, como lavar sempre as mãos antes e depois de usar o banheiro, trocar fraldas, manipular alimentos, amamentar e tocar em animais. Além disso, é recomendável lavar e desinfetar as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos.
Um dos autores do trabalho, o virologista Tulio Fumian explicou à Agência Fiocruz de Notícias que é preciso recuperar a cobertura vacinal contra a doença, que era de 95% em 2015.
"Nas análises de 2022, observamos aumento de infecções por rotavírus. Além disso, como o país apresentou baixa cobertura vacinal em 2020 e 2021, é primordial reverter essa queda", diz o pesquisador.
Fonte: Agência Brasil