Segundo o documento, a autoridade monetária prevê que a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cairá de 5,79% em 2022 para 5% em 2023. Mesmo assim, ficará acima da meta para este ano, fixada em 3,25%, podendo chegar a 4,75%, por causa da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
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A volta da cobrança de tributos sobre os combustíveis que tinha sido reduzida em 2022, destacou o presidente do BC, terá impactos na inflação deste ano. “Nesse cenário, em 2023, a inflação ainda se mantém superior à meta, em virtude principalmente da hipótese do retorno da tributação federal sobre combustíveis nesse ano e dos efeitos inerciais da inflação de 2022”, escreveu Campos Neto na carta. A inércia inflacionária corresponde a reajustes atrelados a preços corrigidos pela inflação do ano anterior, como aluguéis.De acordo com o presidente do BC, a inflação só ficará dentro da meta a partir de 2024, quando deverá ficar em 3%, e em 2025 (2,8%). Para esses dois anos, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelece uma meta de 3% para o IPCA, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Em 2022, a meta estava em 3,5%, com a mesma margem de tolerância, e podia variar entre 2% e 5%.
Obrigação
Pela legislação em vigor desde o fim da década de 1990, o presidente do BC precisa enviar uma carta ao ministro da Fazenda justificando o descumprimento das metas de inflação estabelecidas pelo CMN. Essa foi a sétima vez que isso ocorreu.
Em 2003, 2004, 2005, 2017 e 2022, o Banco Central enviou cartas porque o IPCA dos anos anteriores havia estourado o teto da meta. Em 2018, a autoridade monetária enviou uma carta porque a inflação havia ficado abaixo do piso.
No ano passado, o IPCA ficou em 5,79%. Segundo o IBGE, a alimentação foi o principal item responsável por fazer a inflação estourar o teto da meta pelo segundo ano seguido.
Fonte: EBC