A primeira competição nacional de Bia foi o Campeonato Brasileiro, em 2015. A pugilista, no entanto, foi expulsa do torneio após adversárias descobrirem que ela também treinava muay thai e a denunciarem. A Associação Internacional de Boxe Amador (Aiba) não permitia que os atletas praticassem outra modalidade. A baiana acabou suspensa por dois anos. A volta aos ringues se deu em 2016, auxiliando a preparação da conterrânea Adriana Araújo à Olimpíada do Rio.
Após o megaevento na capital fluminense, Bia assumiu a vaga deixada por Adriana na categoria até 60 quilos e alcançou feitos históricos. Em 2019, foi dela o ouro pioneiro de uma brasileira em Jogos Pan-Americanos, na edição de Lima (Peru). Em Tóquio, há dois anos, levou o boxe feminino do Brasil a uma inédita final olímpica. Agora, em Nova Delhi, tornou-se a primeira lutadora do país a emplacar três finais seguidas em um Mundial - e a ganhar duas delas.
Legado
Tais conquistas colocaram Bia em um seleto grupo de mulheres históricas do esporte brasileiro, como Maria Esther Bueno (tênis), Rafaela Silva, Sarah Menezes, Mayra Aguiar (as três do judô), Poliana Okimoto, Ana Marcela Cunha (ambas da maratona aquática), Rebeca Andrade, Daiane dos Santos (ginástica artística), Jaqueline Silva e Sandra Pires (as duas do vôlei de praia), entre outras. Próxima do adeus ao boxe olímpico, a baiana espera ter aberto portas para uma nova geração de pugilistas.
"Desejo que as meninas que gostam do esporte, queiram ser campeãs, insistam, persistam. Claro que se os pais apoiarem, o caminho fica mais fácil. Graças a Deus, tive apoio da minha família. Vale muito a pena. É uma oportunidade imensa de você mudar de vida, conhecer o país e o mundo inteiro, fazendo o que você ama. Estou muito feliz de fazer parte dessa história, influenciando outras meninas. A mulher pode praticar boxe, fazer o que ela quiser. É querer, ter força de vontade, disciplina e avançar", concluiu Bia.
Fonte: Agência Brasil