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Eleições

Bolsonaro diz que Forças Armadas sugeriram ao TSE apuração paralela de votos por militares

Presidente afirmou que militares pediram acesso a dados da 'sala secreta' de apuração dos votos. Tribunal Superior Eleitoral já desmentiu que contagem dos votos seja secreta.

Foto: Ascom
Foto: Ascom

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (27) que as Forças Armadas sugeriram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que militares façam uma contagem paralela dos votos nas eleições.

Ao final de um ato político no Palácio do Planalto com deputados governistas, Bolsonaro afirmou durante discurso que uma das propostas das Forças Armadas ao TSE é um computador próprio para receber os votos a fim de que os militares façam uma apuração própria.

O g1 consultou o TSE sobre a proposta que, segundo Bolsonaro, as Forças Armadas fizeram e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.

Segundo Bolsonaro, os votos das eleições são apurados em uma "sala secreta", na qual "meia dúzia de técnicos dizem ali no final: 'Olha, quem ganhou foi esse'".

Bolsonaro disse que a proposta é a de instalação de um "cabo" ou "duto" paralelo para que os dados da votação sejam enviados para um computador específico das Forças Armadas.

"Uma das sugestões é que esse mesmo duto que alimenta na sala secreta os computadores seja feito uma ramificação um pouquinho à direita para que tenhamos do lado um computador também das Forças Armadas para contar os votos no Brasil", declarou.

Bolsonaro disse esperar que "nos próximos dias" o TSE dê resposta às sugestões dos militares. Em agosto do ano passado, o tribunal pediu ao Ministério da Defesa a indicação de um indicação de um representante das Forças Armadas para a comissão de transparência das eleições.

"A gente espera que nos próximos dias o nosso Tribunal Superior Eleitoral dê uma resposta às sugestões das Forças Armadas — porque eles nos convidaram, e nós aceitamos. Estamos colaborando com o que há de melhor entre nós, e essas sugestões todas foram técnicas. Não se fala ali em voto impresso. Não precisamos de voto impresso para garantir a lisura das eleições. Mas precisamos de ter uma maneira — e ali nessas nove sugestões existe essa maneira — para a gente confiar nas eleições", declarou Bolsonaro.

Como é feita a apuração

Segundo o TSE, a apuração dos resultados é feita automaticamente pela urna eletrônica logo após o encerramento da votação.

Nesse momento, a urna imprime, em cinco vias, o Boletim de Urna (BU), que contém a quantidade de votos registrados na urna para cada candidato e partido, além dos votos nulos e em branco.

Uma das vias impressas é afixada no local de votação, visível a todos, de modo que o resultado da urna se torna público e definitivo. Vias adicionais são entregues aos fiscais dos partidos políticos.

Na sede do tribunal, em Brasília, é feita contagem desses votos apurados nas urnas. Até a eleição anterior, os boletins das urnas eram transmitidos para os computadores dos tribunais regionais eleitorais, que totalizavam os votos e enviavam o resultado para o TSE.

Neste ano, o tribunal mudou o procedimento e centralizou a totalização dos votos em Brasília.

A Polícia Federal afirmou em relatório concluído em 2018, após uma perícia no sistema eleitoral, que a centralização da totalização de votos das eleições no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iria minimizar a exposição dos dados e teria potencial de melhorar "consideravelmente a segurança operacional" do sistema.

Fonte: Da Redação com G1

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