O primeiro dia de julgamento de Aécio Lúcio Costa Pereira no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos atos golpistas de 8 de janeiro terminou com divergência. O ministro Alexandre de Moraes votou pela condenação, defendendo pena de 17 anos, sendo 15 de reclusão, e multa. Para ele, "está muito claro" que os ataques aos Três Poderes visavam derrubar o governo democraticamente eleito em 2022. "Às vezes, o terraplanismo e o negacionismo de algumas pessoas faz parecer que no dia 8 de janeiro tivemos um domingo no parque. Então as pessoas vieram, pegaram um tíquete, entraram numa fila, assim como fazem no Hopi Hari, na Disney", ironizou o ministro. Revisor das ações, Nunes Marques discordou. Ele disse que, "apesar da gravidade e do vandalismo", os atos "não tiveram o alcance de abolir o Estado democrático de direito". E defendeu uma pena de dois anos e seis meses em regime aberto. O subprocurador-geral da República Carlos Frederico dos Santos, responsável pela investigação, destacou que o julgamento representa um "marco na democracia", que o país deixou de ser uma "república de bananas" e que golpe de Estado é "página virada na história" brasileira. O julgamento será retomado hoje com o voto de Cristiano Zanin. (Globo)
Advogado de Pereira, o desembargador aposentado Sebastião Reis Coelho é investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por suspeita de incitação aos atos golpistas. A investigação foi anunciada pouco antes do início do julgamento, pelo corregedor Nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, que determinou também a quebra de sigilo bancário de Coelho entre agosto de 2022 e 8 de janeiro de 2023. Antes de começar a defesa, o advogado disse ser alvo de um "julgamento político". Ele afirmou também que Moraes é suspeito para julgar o caso e pediu para que ele deixe a relatoria. (g1)
Fonte: Da Redação