Gênero e cor não serão critérios adotados pelo presidente Lula para escolher quem vai assumir a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) que será aberta com a aposentadoria da ministra Rosa Weber. "O critério não será mais esse. Eu estou muito tranquilo de escolher uma pessoa que possa atender os interesses do Brasil. Uma pessoa que tenha respeito pela sociedade brasileira. Que tenha respeito, mas não medo da imprensa. Sem precisar ficar votando pela imprensa. Já tem várias pessoas em mira", disse. "Não precisa perguntar questão de gênero ou de cor. No momento certo vão saber quem eu vou indicar." Em relação à Procuradoria-Geral da República (PGR), o presidente disse que ainda está conversando para decidir quem ficará no lugar de Augusto Aras, que deixa o cargo hoje. Apesar da pressão, Lula quer indicar ao STF uma pessoa com quem tenha relação e seja de sua confiança. Os mais cotados são Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, e Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União. (g1)
Uma ala do PT quer evitar a escolha de Dino a fim de se contrapor ao poder de Alexandre de Moraes na Corte, revela Malu Gaspar. O grupo inclui os deputados Rui Falcão (SP), Zeca Dirceu (PR), José Guimarães (CE) e o senador Humberto Costa (PE). Para eles, Moraes acumula muito poder e tende a tratar eventuais processos contra petistas com o mesmo rigor aplicado ao bolsonarismo. Dino, além de não ser petista, é próximo do ministro. O problema é que Messias, o favorito do grupo, não tem, na avaliação dos petistas, força para servir de contraponto a Moraes. Não é todo mundo no PT, porém, que tem esta preocupação... (Globo)
Eliane Cantanhêde: "A violência grassa nas capitais e suas periferias, mas não é de hoje, faz tempo (bota tempo nisso!) e o PT só está no ataque ao ministro Flávio Dino (PSB, ex-PCdoB), querendo despachá-lo para o Supremo, com dois interesses casados: para abocanhar mais um ministério de primeiro time e tirar da frente um potencial adversário à Presidência em 2030." (Estadão)
Após a cirurgia que fará no quadril nesta sexta-feira, Lula deve trabalhar no Palácio da Alvorada — residência oficial — por ao menos três semanas. Ele também deve ficar de quatro a seis semanas sem viajar. O presidente manterá a agenda até quinta-feira e utilizará máscara para evitar uma possível contaminação. (g1)
Da Redação