Após antecipar a eleição para presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF) e serem apontados indícios de fraude no pleito com supostas 'assinaturas fantasmas', a atual gestora do órgão, Michelle Ramalho, deve ser reeleita por aclamação sem possibilidade de concorrência. Isso porque o estatuto da FPF impede o registro de chapa concorrente com menos de 16 entidades do Colégio Eleitoral em apoio, sendo oito profissionais e oito amadoras. A eleição acontecerá no próximo dia 23 de maio, após manobra da presidente para a antecipação.
Nessa segunda-feira (4), ela registrou a chapa Avante Paraíba com os candidatos a vice-presidentes Nosman Filho (engenheiro), Matheus Morais (ex-conselheiro da FPF) e Marcelo Vaz (empresário e advogado).
A atual presidente da FPF conseguiu o apoio de 50 das 56 entidades aptar a votar na eleição da Federação, o que significa 90% de apoio à sua reeleição. Dessa forma, Michelle já não terá chapa concorrente e deve ser reconduzida ao cargo no dia 23.
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Foi publicado, no dia 19 de abril, no jornal A União, um edital de chamamento para assembleia eleitoral da FPF. "Atendendo ao requerimento formulado por mais de 3/4 do colégio eleitoral, nos termos do art. 21, parágrafo 25, e nos termos do art. 21, parágrafo 11, ambos do Estatuto em vigor", diz um trecho do edital publicado.
Não foram divulgados, à época, quais clubes assinaram essa antecipação, pois o requerimento com as assinaturas não foi publicado pela FPF, conforme mostrou o blog Contra Poder, de Edilane Ferreira e Cógenes Lira.
Ao ClickPB, a assessoria da FPF enviou a seguinte resposta sobre essas acusações:
De acordo com o art. 21, § 25, do Estatuto da Federação Paraibana de Futebol, "A Assembleia Geral Eleitoral poderá, excepcionalmente, ser antecipada em qualquer momento do mandato em caso de solicitação subscrita por 3/4 dos clubes do colégio eleitoral, dirigida ao Presidente da FPF para fins de antecipação das eleições para o quadriênio subsequente", solicitação esta que ocorreu.
Além do mais, independentemente da solicitação de antecipação das eleições formalizada soberanamente por mais de 3/4 dos clubes do colégio eleitoral, com fundamento no art. 21, §25, do Estatuto da FPF, o fato é que a Assembleia Geral Eleitoral, designada para o mês de maio de 2022, também está de acordo com o prazo de quatro meses anterior ao fim do mandato, que se iniciou em setembro de 2018, ou seja, atendendo também ao §4º do art. 21 do Estatuto da FPF.
Enfim, sabendo que as eleições da FPF sempre são marcadas por tentativas de tapetão, procuramos envidar todos os esforços para não deixar brechas para aqueles que, não possuindo nenhuma representatividade para com o Futebol Paraibano e seus filiados, viessem a tentar tumultuar e atrapalhar a escolha democrática.
A chapa
Sobre a aclamação, em nota enviada pela chapa ao ClickPB, Michelle Ramalho pontuou que esse apoio unânime da elite do futebol paraibano é o reconhecimento de uma gestão democrática, ativa e aguerrida em prol dos times paraibanos. "Embora todos os clubes tenham uma grande rivalidade dentro das quatro linhas, hoje temos uma harmonia institucional, um sentimento de uma grande família do futebol paraibano. Meu objetivo nesses próximos anos é profissionalizar a gestão do futebol na Paraíba para termos times em todas as séries do campeonato brasileiro, não apenas na série D e C, como já temos atualmente, mas também ascender à série B e, porque não, à série A, elite do futebol brasileiro, como já aconteceu recentemente em estados vizinhos aqui do Nordeste."
Fonte: Da Redação com ClickPB