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Racismo

Presidente do BB pede 'perdão ao povo negro" por atuação do banco durante período de escravidã

Banco anunciou ações para promover igualdade e inclusão racial. Tarciana Medeiros, primeira mulher negra a presidir instituição, pediu desculpas por versões anteriores do BB.

Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil — Foto: alter Campanato/Agência Brasil
Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil — Foto: alter Campanato/Agência Brasil

A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, primeira mulher negra a presidir a instituição, pediu desculpas neste sábado (18) pela atuação do banco durante o período de escravidão no país.

Em nota, a declaração da presidente do banco veio acompanhada do anúncio de ações para promover a igualdade, a inclusão étnico-racial e combater o racismo estrutural no país. Veja abaixo.

Em setembro, o Ministério Público Federal (MPF) notificou o banco sobre a abertura de um inquérito civil público que investigou o envolvimento da instituição na escravidão e no tráfico de africanos durante o século 19.

O pedido de desculpas faz parte de um acordo que o banco fez com o Ministério Público. Além disso, foi solicitado que o banco também reconheça a sua participação durante o período de tráfico de pessoas e apresente um "plano de reparação" as ações cometidas.

"Direta ou indiretamente, toda a sociedade brasileira deveria pedir desculpas ao povos negro por algum tipo de participação naquele momento triste da história. Neste contexto, o Banco do Brasil de hoje pede perdão ao povo negro pelas suas versões predecessoras e trabalha intensamente para enfrentar o racismo estrutural no país", afirmou Tarciana.

A presidente do BB disse que o banco não se furta a aprofundar o conhecimento e encarar a real história das versões anteriores da empresa.

"Mas o simples fato de sermos uma instituição da atualidade nos move a realizar atividades voluntárias com o compromisso público e com metas concretas para combater a desigualdade étnico-racial e buscar por justiça social no âmbito de uma sociedade que guarda sequelas da escravidão, independentemente de existir ou não qualquer conexão, ainda que indireta, entre atividades de suas outras versões e escravizadores do século XIX", destacou.

Entre as políticas anunciadas pelo BB, estão:

  • Fomento ao mercado de trabalho para o povo negro - novas licitações terão cláusula para fomentar diversidade nas empresas contratadas.
  • Parceria para encaminhar jovens do programa Menor Aprendiz para o mercado de trabalho
  • Workshop sobre a promoção da diversidade, equidade e inclusão com estatais e fornecedores
  • Prêmio Fundação BB de Tecnologia social terá como critérios projetos que preguem igualdade de gênero, racial e povos tradicionais
  • Criação do Edital de Empodeiramento Socioeconômico de Mulheres Negras
  • Fundação Banco do Brasil vai retomar o "Projeto Memória: Lélia Gonzalez", em ação que vai promover estratégias de reflexão e conscientização sobre a estrutura e o funcionamento do racismo e sexismo na sociedade
  • Investimento em pesquisas aplicadas à temática racial e que apresentem mecanismos de aceleração de representatividade e combate à discriminação no Brasil
  • Programa Aceleração "Raça é Prioridade" vai selecionar e desenvolver a carreira de 150 funcionários pretos e pardos do BB
  • Lançamento do programa "Mentoria Liderança Negra", com objetivo de aperfeiçoamento de competências de liderança de 300 profissionais do banco
  • Apoio e participação na realização do Movimento Black Money (MBM) Inovahack, com objetivo promover a inclusão financeira e econômica da população negra
  • Apoio ao Festival de Gastronomia Preta
  • Apoio a projetos que valorizem a inclusão e a acessibilidade e que ofereçam caminhos para compreender a construção contemporânea de identidades

Investigações

O Banco do Brasil informou em nota que está disponível para o diálogo e que o debate não deve se restringir a uma única empresa. Leia a íntegra abaixo

"O Banco ratifica sua disponibilidade para o diálogo, mas considera que é necessário que exista um processo de reflexão abrangente e permanente de toda a sociedade sobre o tema, já que restringir o debate de um tema dessa magnitude apenas a uma única empresa significa reduzir os potenciais de boas práticas que podem ser construídas de forma articulada por toda a sociedade. As sequelas da escravatura devem convocar todos os atores sociais contemporâneos a agir para a promoção da igualdade étnico-racial. O BB não se furta a aprofundar o conhecimento e encarar a real história das versões anteriores da empresa e o simples fato de sermos uma instituição da atualidade nos move a realizar atividades voluntárias com o compromisso público e com metas concretas para combater a desigualdade étnico-racial e buscar por justiça social no âmbito da nossa sociedade, como as ações anunciadas neste sábado, dia 18 de novembro. O Banco do Brasil fez, faz a fará muito pela diversidade e desenvolvimento não só social, como ambiental e econômico em nosso país".

Fonte: Da Redação com g1

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