O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disse ao Ministério da Defesa que não há "sala escura" de apuração dos votos nas eleições.
A afirmação está em resposta da área técnica do TSE a uma das sete sugestões adicionais enviadas pelo Ministério da Defesa para aprimorar o sistema eleitoral.
Convidado pelo próprio TSE para participar de um grupo formado para dar mais transparência ao processo eleitoral, o Ministério da Defesa enviou, no ano passado, seis sugestões de melhorias.
Depois, fora do prazo estipulado pelo tribunal, o ministério enviou outras sete sugestões, que foram respondidas nesta segunda (9).
Em uma das sete sugestões, o Ministério da Defesa recomenda que a totalização dos votos das eleições seja feita ao mesmo tempo no TSE e nos tribunais regionais eleitorais (TREs), nos estados.
A medida, diz a pasta, ofereceria redundância e também serviria para "diminuir a percepção da sociedade de que somente o TSE controla todo o processo eleitoral".
"Recomenda-se que a totalização dos votos seja feita de maneira centralizada no TSE em redundância com os TRE, visando a diminuir a percepção da sociedade de que somente o TSE controla todo o processo eleitoral e aumentar a resiliência cibernética do sistema de totalização dos votos", escreve o a Defesa
Retrocesso
A medida sugerida pelo ministério foi classificada pelos técnicos do TSE como um retrocesso. Os técnicos apontam que o sistema em funcionamento atualmente foi defendido e implementando após sugestão da Polícia Federal.
"A tais razões soma-se a recomendação contida em relatório produzido por peritos da Policia Federal, que aconselhou a centralização dos computadores que processam a totalização como uma forma de diminuição da superfície de ataque de hackers. Adicionalmente, os computadores centralizados ganharam, pela primeira vez, ambiente redundante que assegura que, em caso de pane em um equipamento, outro possa imediatamente tomar seu lugar. Não há, pois, com o devido respeito, 'sala escura' de apuração", diz o TSE.
Os técnicos apontam ainda que "é impreciso afirmar que os TREs não participam da totalização". "Os TREs continuam comandando as totalizações em suas respectivas unidades da federação", informam.
De acordo com o tribunal, "os votos digitados na urna eletrônica são votos automaticamente computados e podem ser contabilizados em qualquer lugar, inclusive, em todos os pontos do Brasil".
O TSE faz uma referência a "sala escura" para dizer que garante a transparência na totalização dos votos.
O presidente Jair Bolsonaro, que é chefe do Ministério da Defesa e das Forças Armadas, tem feito seguidos ataques às urnas eletrônicas e colocado em dúvida a transparência das eleições.
No ano passado, após três anos falando em "fraudes eleitorais", Bolsonaro fez uma transmissão nas redes sociais em que se utilizou de informações falsas para justificar os ataques ao processo eleitoral e admitiu não ter provas das acusações contra as urnas eletrônicas.
Fonte: Da Redação com G1