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Polícia Federal chamará Carlos Bolsonaro para depor sobre 'Abin paralela'

O vereador deve ser convidado a depor ainda hoje, mas como é investigado por envolvimento em organização criminosa, tem o direito de depor em até 3 dias.

SADI: PF mira Carlos Bolsonaro pela suspeita de receber informações da Abin por meio de assessores
SADI: PF mira Carlos Bolsonaro pela suspeita de receber informações da Abin por meio de assessores

A Polícia Federal deve convidar, nesta segunda-feira (29), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) para depor no âmbito de uma investigação sobre o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para fazer espionagem ilegal.

O vereador deve ser convidado a depor ainda hoje, mas como é investigado por envolvimento em organização criminosa, tem o direito de depor em até 3 dias.

Carlos Bolsonaro é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi alvo nesta segunda de uma nova fase da investigação da PF no caso da "Abin paralela".

A suspeita é de que assessores de Carlos Bolsonaro, que também são alvo da operação, pediam informações para o ex-diretor da Abin e hoje deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro Alexandre Ramagem. Ramagem é próximo da família Bolsonaro.

Foram autorizadas buscas na residência de Carlos Bolsonaro e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Também há mandados cumpridos em Angra dos Reis, onde os Bolsonaro têm uma casa, Brasília, Formosa (GO) e Salvador.


Carlos Bolsonaro estava andando de lancha no momento em que a PF chegou a sua residência em Angra dos Reis. Ele só apareceu no local por volta das 11h.

O filho de Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre a operação até a última atualização desta reportagem.

Entenda o que é a Abin e quais são suas principais funções

Carlos era o chefe do 'gabinete do ódio'

Carlos Bolsonaro é vereador desde 2001 e está em seu sexto mandato consecutivo na Câmara Municipal do Rio, mas teve papel central nas campanhas de Jair Bolsonaro à Presidência da República.

Durante o mandato do pai, Carlos atuava como chefe do chamado gabinete do ódio, uma estrutura paralela montada no Palácio do Planalto para atacar adversários e instituições – como o sistema eleitoral brasileiro.

Segundo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o grupo tinha "relação de subordinação" com Carlos, que "ditava" o que deveria ser produzido.

Abin paralela

A operação desta segunda (29) é uma continuidade da ocorrida na quinta-feira (25), quando Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, foi alvo de buscas. Na ocasião, foram apreendidos com eles 6 celulares e 2 notebooks – inclusive um pertencente à Abin.

Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moares. Segundo a decisão, Ramagem usou o órgão para fazer espionagem ilegal a favor da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Entre os alvos estavam autoridades e desafetos, como o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia –nesta segunda (29), o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse ao blog que iria pedir ao STF a lista de parlamentares que foram monitorados pela Abin – e uma promotora do Ministério Público do Rio de Janeiro que investigava milícias (inclusive Adriano da Nóbrega e homenageado por Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente) e as mortes de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

O monitoramento também teve como objetivo, segundo a decisão de Moares, favorecer Jair Renan e Flávio em investigações das quais eram alvos. Em entrevista, Flávio negou qualquer favorecimento.

Fonte: Da Redação com g1

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