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Religião

Nos 208 anos o Santuário do Bom Jesus recebe homenagem de cantores e compositores ao Milagre Eucarístico de Sousa

Para celebrar o momento, os cantores e compositores Milagre Eucarístico · Grazi Vilanueva, Breno Soares e Emiliano Pordeus compuseram uma linda canção intitulada de "Milagre Eucarístico".

Praça do Milagre Eucarístico em Sousa /PB
Praça do Milagre Eucarístico em Sousa /PB

Neste dia 25 de março de 2022, é comemorado 208 anos do Milagre Eucarístico, no município de Sousa, no sertão da Paraíba.

Para celebrar o momento, os cantores e compositores Milagre Eucarístico · Grazi Vilanueva, Breno Soares e Emiliano Pordeus compuseram uma linda canção intitulada de "Milagre Eucarístico".

A letra interpretada por Grazi Vilanueva externa a história de fé do Milagre Eucarístico em meados de 28 de março de 1814.

Escute abaixo:


Confira abaixo texto escrito pela cantora, compositora, escritora e professora, Symara Tâmara:

Um milagre no meio do sertão paraibano
Por Symara Tâmara

Ao correr dos séculos da história, a fé do ser humano foi e ainda é sua redenção contra as agruras do injusto mundo. E o sertão é testemunha de milagres todos os dias, na luta e na labuta de quem, no semiárido, tem seu hábitat natural.
Nas palavras de Euclides da Cunha, enquanto realizava seus estudos geo-sócio-antropológicos, ao tempo em que realizava a cobertura jornalística do escatológico massacre do arraial de Canudos, no sertão baiano, tudo registrado em sua clássica obra Os sertões, uma definição breve, embora taxativa, perpetuou-se na história da literatura brasileira: "O sertanejo é, antes de tudo, um forte", e muito do muito de sua fortaleza, humana e espiritual, reside em sua fé.
A história que ora se conta é passada às atuais gerações de habitantes da cidade de Sousa/PB, e embora envolvida entre constatações verídicas e lendas, enche de inspiração a alma dos cristãos – e também dos artistas do lugar. A arte também tem o poder de manifestar a fé do povo, como cantava Luiz Gonzaga, quando colocou seu baião aos pés de Nossa Senhora da Penha: "Demonstrando a minha fé/ Vou subir a Penha a pé/ Pra fazer minha oração/ Vou pedir à padroeira/ Numa prece verdadeira/ Que proteja o meu baião"; ou como Renato Teixeira, que colocou seu olhar aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida, pois "não sabia rezar e só queria mostrar seu olhar, seu olhar, seu olhar", no clássico da MPB "Romaria". Os autores Breno Soares e Emiliano Pordeus traduziram a fé do povo sousense na canção-oração "Milagre eucarístico", com maviosa interpretação da cantora Grazi Villanueva. Mas o que motivou o fato que inspirou a canção?

Entre as tantas e curiosas histórias de milagres que permeiam o imaginário dos sertões do Brasil, uma delas data do ano de 1814 e se passou na cidade de Sousa, no sertão paraibano. Contam, com toda força da fé cristã que, certa feita, um homem, cuja identidade, conforme breves registros históricos sobre o fato, tratava-se de um feiticeiro, havia procurado a igreja para confessar-se com o pároco da capela e assim cumprir o ritual de penitência e libertação de seus pecados. Pois bem. Eis que, no dia seguinte, o referido homem considerado feiticeiro, ao receber a hóstia durante a celebração da Eucaristia, a removeu de sua boca, embrulhou-a em suas vestes e saiu em disparada embrenhando-se mato adentro que circundava as imediações da capela onde a Santa Missa era então realizada. Entre os cristãos e cristãs que participavam da celebração foi um verdadeiro alvoroço e desespero, saindo os fiéis e o pároco celebrante, Luiz José Correia de Sá, em perseguição ao sacrílego, mas a busca foi sem sucesso. O receio era de que a hóstia levada fosse usada para rituais fora dos preceitos cristãos.

No entanto, dias depois, um pastor de ovelhas, enquanto tangia seu rebanho entre os juazeiros, percebeu que os animais estavam se ajoelhando em torno de um local, nesse momento, o pastor observou que, no meio das ovelhas, havia uma hóstia – como se elas resguardassem e reverenciassem a eucaristicamente consagrada representação do corpo de Cristo. O pastor prontamente se apresentou ao pároco para contar-lhe o que havia encontrado, então este e toda a população da cidade foram ao local, constataram a presença da hóstia, recolheram e levaram-na em procissão até a igreja do Rosário, local da celebração do fato ocorrido. O curioso é que o rebanho vigilante da hóstia no mato acompanhou o cortejo até a igreja, e que mesmo depois do episódio, vez ou outra vinham rebanhos ao pátio da matriz.

A guarda da sagrada tradição está na vizinha cidade de Cajazeiras, sede da atual diocese, e na cidade de Sousa foi construído um monumento em homenagem ao "Milagre Eucarístico de Sousa". Então diante da compreensão dos fatos, voltemos à canção. Se é verdade que "quem canta reza duas vezes", que a fé cantada em "Milagre eucarístico" acariciem os ouvidos do grande Pai Celestial e o sertão seja sempre o solo sagrado do milagre da vida, pois o povo sousense, duzentos anos depois - e por todo o sempre – será fiel à prática do que é viver a eucaristia, qual as ovelhas guardiãs da hóstia. Sim, o sertão é terra de milagres... dos fortes...
E da inspiração para a fé e para a arte.

Fonte: Da Redação

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