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Eleições

PSB vai indicar Alckmin para chapa de Lula na primeira quinzena de abril

Ideia do partido e da cúpula do PT é que o ex-presidente oficialize sua candidatura já com ex-tucano ao seu lado.


O ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) em jantar promovido pelo grupo de advogados Prerrogativas em dezembro de 2021, acompanhados de Lu Alckmin (à esquerda), e Rosângela Si

O PSB vai indicar formalmente o nome de Geraldo Alckmin ao PT na primeira quinzena de abril para a formação da chapa com o ex-presidente Lula (PT). Este será o próximo passo para a confirmação do ex-governador paulista como candidato a vice do petista.

Dirigentes das duas siglas tiveram um encontro na quarta-feira (23), após a cerimônia de filiação de Alckmin ao PSB. Embora nenhum calendário formal tenha sido fechado, ficou estabelecido um plano para que esse processo avance nas próximas semanas.

A ideia é que o comando do PSB organize conversas internas para confirmar a indicação de Alckmin e faça uma reunião com a cúpula petista nas primeiras semanas de abril, em São Paulo, para levar à legenda aliada o nome do ex-governador. A indicação já foi definida, mas o ato faz parte da chamada liturgia partidária.

Tanto dirigentes do PT como do PSB querem que esse rito ocorra nos primeiros 15 dias de abril, para permitir que a indicação formal ocorra antes do "lançamento da pré-candidatura" de Lula -o que deve ocorrer até o início de maio.

Neste evento, o ex-presidente pretende lançar a chapa completa para a disputa eleitoral, incluindo o nome de Alckmin como vice.

Apesar de oficialmente os candidatos só serem definidos nas convenções partidárias, de 20 de julho a 5 de agosto, a maioria dos partidos já está em campanha aberta e conta, para isso, com a leniência da Justiça Eleitoral.

As siglas têm usado, por exemplo, as propagandas partidárias para promover seus pré-candidatos, o que é uma burla à lei eleitoral.

A Folha mostrou também a discussão sobre eventos de "lançamento da pré-candidatura" –situação que não existe na lei– de Bolsonaro e de Lula, reformulados para algo próximo a um encontro partidário para tentar escapar da caracterização explícita de campanha antecipada.

Até o evento de "lançamento da pré-candidatura de Lula", o PT deve avançar algumas casas em sua burocracia interna. A direção da sigla aprovou na quinta-feira (24) uma coligação com o PSB para a campanha presidencial, dentro das discussões de sua tática eleitoral.

Quando o nome de Alckmin for indicado oficialmente pelo PSB, os petistas pretendem convocar um encontro do partido para votar e aprovar o nome do ex-governador paulista como vice de Lula.

A maioria dos dirigentes do PT já apoia a chapa, mas a indicação formal e a aprovação fazem parte de um processo para contornar e vencer resistências internas que permanecem vivas no PT.

Alguns dos principais nomes contra a participação de Alckmin na chapa são os do deputado Rui Falcão (PT-SP) e do ex-ministro José Genoino (PT-SP), ambos ex-presidentes da sigla.

Como mostrou a Folha, Falcão chamou de temerária a eventual escolha do ex-tucano como vice do petista durante reunião virtual de correntes de esquerda do partido.

Reclamações dessa ala foram levadas à reunião do diretório nacional do PT na quinta-feira (24), embora o encontro não tivesse nenhuma deliberação a respeito da vice-presidência.

Apesar dessas resistências, a tendência é o nome de Alckmin ser chancelado pelo partido.

Integrantes da cúpula petista ainda não apontam uma data para que seja apresentado um pedido de aprovação oficial do nome do ex-tucano.

Segundo a presidente PT, Gleisi Hoffmann, a chapa pode ser apresentada mesmo que todos os procedimentos internos ainda não tenham sido concluídos. A cúpula do PSB também avalia que o ideal é deixar a indicação de Alckmin formalizada para que haja o anúncio por Lula.

O próprio Lula disse que esse é seu plano, numa entrevista à rádio Som Maior, de Criciúma (SC), na terça-feira (22). "Quando eu decidir que vou ser candidato, a imprensa toda vai ser comunicada. Eu vou anunciar a chapa que a gente vai construir no Brasil, vou anunciar os partidos que vão estar conosco e, aí, a eleição vai começar", declarou.

Segundo o petista, o lançamento da chapa completa tem o objetivo de apresentá-lo como um candidato não apenas do PT, mas do que ele chamou de "um movimento para restabelecer a democracia neste país".

Na quarta-feira, Alckmin indicou que sua filiação daria início a uma articulação entre as direções dos dois partidos para a formalização da aliança. "[A entrada no PSB] encerrou uma etapa, que é a etapa da filiação. Agora se discute chapa", declarou. "É um entendimento político, conversa que deve ser conduzida pelos partidos."

Da Redação com FOLHAPRESS

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