A existência da chamada "Abin paralela" e suas operações ilegais já eram bem conhecidas, mas a operação da Polícia Federal (PF) desta quinta-feira trouxe à tona novos detalhes perturbadores sobre a organização criminosa. Com a retirada do sigilo judicial do processo, foram revelados episódios chocantes atribuídos ao grupo clandestino, incluindo uma conspiração para assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Durante a operação, a PF cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão contra os acusados de integrarem a "Abin paralela". Entre os presos estão os policiais Marcelo Araújo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues, que eram subordinados diretamente ao então chefe da Abin, agora deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). As investigações apontam que esses agentes participaram de conversas sobre eliminar o ministro Alexandre de Moraes.
Em um dos diálogos descobertos, os agentes discutem sobre dar um tiro na cabeça de Alexandre de Moraes. Um dos agentes, a serviço do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou: "Esse careca tá merecendo algo a mais". A resposta do outro agente foi ainda mais alarmante: "Só [fuzil] 7.62... Head shot". Essas revelações chocaram os investigadores e evidenciaram a gravidade das operações da "Abin paralela".
A divulgação desses episódios traz um novo nível de escrutínio sobre as ações da "Abin paralela" e a possível cumplicidade de altos funcionários do governo anterior. A operação e suas revelações devem intensificar os debates sobre a necessidade de uma investigação profunda e a responsabilização dos envolvidos.
A investigação da PF continua, com o objetivo de desmantelar completamente a organização criminosa e garantir que todos os envolvidos sejam responsabilizados. A operação desta quinta-feira é apenas um passo inicial em um processo mais amplo de limpeza e restauração da integridade das instituições de inteligência e segurança no Brasil.
Fonte: Da Redação do Blog