Num passado não tão distante, Sousa ostentava o título de capital política da Paraíba, uma posição de destaque que ao longo dos anos foi se desvanecendo, transformando a cidade em mero coadjuvante no cenário político estadual. O questionamento ecoa entre os sousenses: o que nos trouxe a esse ponto? Por que, após contar com três deputados estaduais, dois federais e até mesmo senadores, nos tornamos uma sombra do que já fomos?
O passado glorioso de Sousa contrasta com a realidade atual, onde até mesmo uma vaga de deputado estadual parece ser uma garantia distante. O município, que um dia teve uma presença marcante no Congresso Nacional, agora se vê em uma posição menos expressiva. O que aconteceu ao longo do caminho para chegarmos a esse ponto?
Enquanto Sousa enfrenta desafios em manter sua influência política, a vizinha cidade de Cajazeiras surge com uma narrativa diferente. A escolha de um desportista, Neguinho do Mondrean, como pré-candidato a prefeito nas eleições de 2024, destaca-se como uma aposta ousada e inovadora. Em contrapartida, Sousa parece resistir à mudança.
A inércia política de Sousa é evidente na dificuldade de lançar um desportista vencedor e multicampeão, como é o caso de Aldeone Abrantes, para uma pré-candidatura a vice-prefeito. Enquanto outras cidades abraçam novas lideranças, Sousa hesita em romper com velhas tradições.
Fica a indagação: o que falta para Sousa modificar sua consciência e voltar a ser protagonista na história política da Paraíba? As eleições de 2024 se apresentam como uma oportunidade de quebrar a inércia e desafiar as chamadas oligarquias políticas. É hora de os sousenses repensarem o rumo de sua cidade e redefinirem seu papel no cenário político estadual.
Sousa, por muito tempo líder, agora se vê em um papel secundário. As eleições de 2024 oferecem a chance de desafiar a norma, de elevar novas lideranças e redefinir o curso da história política local. Que os sousenses, cientes do seu potencial, usem essa oportunidade para reconquistar o protagonismo perdido e moldar um futuro político que reflita o vigor e a importância que a cidade já teve.
Por: Paulo Pereira - Professor de História
