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Edição extra: Donald Trump sofre atendado nos EUA

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Foto: imagem ilustrativas

A violência na campanha eleitoral dos Estados Unidos saiu da retórica nas redes sociais na tarde de sábado (noite no Brasil) quando o ex-presidente Donald Trump, agora candidato à Casa Branca, foi alvo de um atentado a tiros durante um comício na cidade de Butler, na Pensilvânia. O político e empresário de 78 anos sofreu um ferimento leve na orelha direita. Uma pessoa que assistia ao evento morreu e duas ficaram feridas em estado grave, e o atirador foi morto por agentes das forças de segurança. Trump apresentava à plateia de apoiadores números em um telão quando diversos disparos foram ouvidos. Ele levou a mão à orelha direita e abaixou-se, sendo cercado em seguida por agentes do Serviço Secreto que fazem sua segurança, enquanto a multidão gritava e estampidos continuaram a soar (veja o momento aos 8"30"" deste vídeo da PBS). O fotógrafo Doug Mills capturou o instante em que uma bala parece passar perto do rosto do candidato. Em seguida, os agentes o retiraram do palanque, mas o ex-presidente, com sangue no rosto, ainda levantou o punho para a plateia, aparentemente indicando estar bem e criando o que deve ser de agora em diante a imagem de sua campanha. Cerca de meia hora depois dos tiros, um porta-voz do serviço secreto, Anthony Guglielmi, disse que Trump estava "seguro" após "um incidente acontecer" durante o comício, e a equipe do ex-presidente publicou uma nota no X informando que ele estava "bem e passando por exames médicos em um hospital" e agradecendo a pronta reação dos agentes de segurança. Após a alta, Trump voou para Nova Jersey, onde passou a noite. Um vídeo mostra o ex-presidente descendo do avião sem dificuldade, mas, pelo ângulo da filmagem, não é possível ver a parte ferida do rosto. O ataque a Trump acontece às vésperas da convenção republicana, que começa nesta segunda-feira e deve confirmar sua candidatura. (New York Times)

Em fotos, o momento do atentado e o socorro a Trump. (CNN)

Horas depois, o próprio Trump usou sua própria rede, a Truth Social, para relatar o atentado: "Eu quero agradecer ao Serviço Secreto dos Estados Unidos e a todos os agentes de segurança por sua rápida resposta aos tiros que aconteceram em Butler, Pensilvânia. Mais importante, quero expressar minhas condolências à família da pessoa que foi morta no comício e à da que está ferida em estado grave. É incrível que algo assim possa acontecer em nosso país. Nada se sabe até o momento sobre o atirador, que está morto. Fui atingido por uma bala que perfurou a parte superior de minha orelha direita. Percebi imediatamente que havia algo errado quando ouvi um zumbido, tiros e imediatamente senti a bala rasgando minha pele. Sangrei muito, e então entendi o que estava acontecendo. Deus abençoe a América!" (Truth Social)

O FBI identificou o autor dos disparos como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, morador de Bethel Park, na Pensilvânia. Ainda não se sabe se ele agiu sozinho nem quais os motivos para a tentativa de assassinato. A inclinação política do atirador também não está clara. Crooks era eleitor registrado do Partido Republicano no estado, mas fez uma pequena doação em dinheiro a um comitê de políticas progressistas no dia da posse de Joe Biden, em 2021. Segundo Kevin Rojek, chefe da agência do FBI em Pittsburgh, ele estava no telhado de um prédio próximo ao local do comício, e sua presença não foi notada antes que começasse a atirar. "Foi uma surpresa", disse Rojek, destacando a quantidade de disparos que o jovem conseguiu fazer antes de ser morto. (AP)

O presidente Joe Biden, adversário de Trump na corrida eleitoral, disse que falou diretamente com o republicano, horas depois do atentado. Em entrevista, ele disse que tentou o contato mais cedo, mas o ex-presidente estava sendo atendido pelos médicos. "Não há lugar na América para esse tipo de violência. É doentio, doentio", afirmou aos repórteres. A Casa Branca soltou uma nota oficial na qual Biden disse que ele e a primeira-dama, Jill, estavam "rezando por Trump e sua família e por todos os que estavam no comício" e que o país precisa se unir para condenar a violência política. (ABC News)

Políticos de ambos os partidos vieram a público condenar o atentado, a começar pelo ex-presidente Barack Obama, que publicou no X que "não há lugar para a violência política" na democracia dos EUA. O governador da Pensilvânia, o democrata Josh Shapiro, escreveu nas redes que a "violência tendo como alvo um político ou um partido é absolutamente inaceitável". O ex-presidente George W. Bush, republicano, classificou o atentado como "um ataque covarde" e se disse "grato" por Trump estar seguro. (CNN)

Líderes mundiais também reagiram nas redes sociais ao atentado. "Estou enojado pelos tiros contra o ex-presidente Trump", escreveu o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau. Volodymyr Zelenski, presidente da Ucrânia disse que "tal violência não tem justificativa nem espaço em qualquer lugar do mundo". O premiê israelense Benjamin Netanyahu afirmou estar "rezando pela rápida e completa recuperação" do americano. O presidente Lula escreveu no X que o atentado "deve ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política". (Washington Post)

Enquanto isso, Elon Musk aproveitou o incidente para declarar oficialmente seu apoio à candidatura de Trump. (X)

Na sexta-feira, a Meta havia retirado as restrições às contas de Trump no Facebook e no Instagram. Os perfis dele haviam sido banidos em 2021 por disseminação de informações falsas e discurso de ódio, mas restabelecidos no início do ano passado com uma série de salvaguardas para "evitar repetidas violações" das regras das plataformas. A Meta justificou a retirada das restrições pela necessidade de dar a Trump as mesmas condições do presidente Joe Biden, seu adversário. (CNN)

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