Regina Albuquerque iniciou sua trajetória artística na dança, mas sua paixão pelo teatro a levou a integrar o elenco de uma peça em Campina Grande. Sob a direção de Moncho Rodrigues, Regina descobriu sua verdadeira vocação e se aprofundou nas artes cênicas.
Com uma base sólida na dança, Regina se destacou não apenas como atriz, mas também como preparadora corporal. Ela compartilha sua experiência e conhecimento em oficinas e retiros, buscando promover um trabalho colaborativo e integrado entre os artistas.
Regina discute os desafios enfrentados pelo teatro no interior da Paraíba, como a falta de financiamento e incentivo público. Ela ressalta a importância de políticas culturais mais inclusivas e de ações formativas para atrair e formar novos públicos.
Regina apresenta seu projeto "Correspondência", que visa resgatar a prática de enviar cartas manuscritas como uma forma de conectar pessoas e compartilhar histórias. A iniciativa é uma oportunidade para a população se expressar e para os artistas interagirem diretamente com a comunidade.
Para Regina, a arte vai além do entretenimento; é uma ferramenta poderosa para promover o diálogo e a conexão entre as pessoas. Ela encoraja a população a se envolver em projetos culturais e a redescobrir a importância da comunicação olho no olho.
Nesta entrevista exclusiva, Regina Albuquerque compartilha sua rica experiência no mundo das artes cênicas, ressaltando a importância da arte e do teatro para a comunidade paraibana.
Entrevista na íntegra:
Paulo Pereira: olá, hoje estamos conversando com Regina Albuquerque, atriz, pesquisadora, professora e formadora de elenco, com uma vasta experiência no teatro. Regina, é um prazer tê-la aqui. Primeiramente, gostaria de parabenizá-la por toda a sua carreira e pelo trabalho que você vem desenvolvendo em Sousa.
Regina Albuquerque: É um prazer estar aqui no blogdopaulopereira. Gosto muito de falar com as pessoas olhando nos olhos, embora às vezes fique incomodada com a tecnologia. É gratificante saber que temos pessoas em Souza que se preocupam em registrar os eventos e a história das pessoas que fazem arte na cidade.
Paulo Pereira: Regina, você tem uma vasta experiência nas artes cênicas. Poderia compartilhar um pouco sobre sua trajetória e experiências?
Regina Albuquerque: Comecei na dança e, quando me mudei para Campina Grande, fui convidada para atuar em uma peça chamada "Velhas", com direção de Moncho Rodrigues. Mesmo sem experiência em teatro, Moncho foi muito generoso e me ensinou muito. A partir daí, me envolvi com o movimento político da cidade e continuei trabalhando em produções teatrais. Devido à minha experiência com dança, comecei a fazer preparação corporal para outros grupos. Participei de oficinas e conheci pessoas importantes na área, como Chico Oliveira e Doo Cunha. Também tive a oportunidade de trabalhar com cinema e gravar um clipe como atriz.
Paulo Pereira: Você mencionou Lourdes Ramalho, uma atriz bastante renomada na Paraíba. Como você avalia a situação do teatro em relação ao público, incentivo e difusão da arte, principalmente no interior da Paraíba?
Regina Albuquerque: Estamos passando por uma crise na cena teatral. As pessoas estão deixando de valorizar a experiência coletiva do teatro. A falta de financiamento é um problema sério, e até a entrada do terceiro mandato do presidente Lula, estávamos órfãos de financiamento. A arte e a cultura devem ser públicas, gratuitas e acessíveis a todos. Precisamos formar uma nova plateia e criar ações formativas para aproximar os grupos teatrais da população.
Paulo Pereira: Você está envolvida em um projeto importante aqui em Sousa, o Projeto Correspondência para Atuar. Pode nos contar mais sobre ele?
Regina Albuquerque: O projeto surgiu da ideia de trazer afeto através da arte. Queremos montar um espetáculo contando histórias reais das pessoas. Na primeira fase do projeto, nós, os atuantes, vamos para quatro cidades e escrevemos cartas para as pessoas, ouvindo suas histórias e experiências. As cartas serão postadas ou doadas para o projeto. Em seguida, haverá uma dramaturgia e, finalmente, uma apresentação em Campina Grande e João Pessoa.
Paulo Pereira: Regina, para finalizar, gostaria que você deixasse uma mensagem para aqueles que ainda não tiveram acesso a este projeto das cartas.
Regina Albuquerque: Recebi histórias maravilhosas e consegui olhar nos olhos de várias pessoas. Isso é impagável. Precisamos voltar a conversar olho no olho e ouvir o que o outro tem a dizer. Este projeto está me ajudando a abrir a escuta e prestar atenção efetivamente no outro. Agradeço muito pela oportunidade e pelo carinho com a cultura e a arte.
Paulo Pereira: Muito obrigado, Regina, por compartilhar sua trajetória e falar sobre esse projeto incrível. Desejamos muito sucesso em suas futuras iniciativas.
Regina Albuquerque: Obrigada, Paulo. É sempre um prazer falar sobre arte e compartilhar minhas experiências.
Íntegra do vídeo:
Por: Paulo Pereira