Na região de Sousa, a história ecoa através dos tempos, revelando um passado grandioso e complexo. Sabia você que Sousa já abrigou uma população maior do que a própria capital paraibana, João Pessoa? Um fato surpreendente registrado na lei provincial número 28, datada de 10 de julho de 1854, elevou a Vila Nova de Sousa à categoria de cidade.
O pioneirismo marcou os passos iniciais da cidade, quando o padre José Antônio Max da Silva Guimarães foi nomeado o primeiro chefe do executivo, por decreto Imperial, em 1855. Com uma população estimada em aproximadamente 17.555 habitantes, Sousa superava em número a então cidade da Paraíba, atual João Pessoa, que contava com 9.034 residentes. Além disso, Sousa também se destacava na quantidade de eleitores, possuindo 36 eleitores aptos, contra 24 de sua capital.
Entretanto, em meio aos números impressionantes, reside também uma realidade triste. Sousa ostentava, na época, a maior população escrava da Paraíba, com 3.446 cativos, em contraste com os 1.387 da capital. Somente em 1888, após a promulgação da Lei Áurea, idealizada pela Princesa Isabel, a escravidão foi oficialmente extinta, marcando um ponto crucial na história do país.
Através de pesquisas meticulosas realizadas no primeiro cartório local, revelou-se um achado surpreendente: cartas de libertação de escravos datadas de períodos anteriores à abolição. Documentos datados desde 1840 até o período de 1848 foram descobertos, revelando um aspecto pouco conhecido da história de Sousa. Um total de 171 cartas de liberdade foram registradas entre os anos de 1800 e 1858, evidenciando um movimento significativo em direção à emancipação.
Por fim, é importante refletir sobre as lições que o passado nos oferece. Como disse Nelson Mandela, "ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou por sua religião". A história de Sousa é um convite à reflexão sobre a importância da tolerância e do respeito mútuo. Que possamos aprender com os erros e acertos do passado, para construirmos um futuro baseado no amor e na harmonia entre todos os povos.
Ao celebrar a história de Sousa, celebramos também a diversidade e a resiliência do povo brasileiro. Viva a história, viva Sousa!
Fonte Bibliográfica: Datas e Notas para a história da Parahyba ( Irineu Ferreira Pinto )
Colaboradores: Lisieux Gadelha e Thiago Benevenuto
