O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu, neste sábado (23), uma reunião com o seu homólogo russo, Vladimir Putin. O líder de Kiev declarou que o encontro seria importante para "pôr fim à guerra" e disse não temer o representante de Moscou.
"Acredito que quem começou a guerra poderá pôr fim nela", disse Zelensky em uma coletiva de imprensa em uma estação de metrô no centro de Kiev. O líder ucraniano reiterou que não tinha "medo" de se reunir com Putin, se isso permitisse alcançar um acordo de paz entre os dois países.
"Eu insisti desde o início sobre [a importância de] negociações com o presidente russo", disse o líder ucraniano. "Não é que eu queira [encontrá-lo], e sim que devo encontrá-lo para resolver esse conflito pela via diplomática", completou.
Vladimir Putin, presidente da Rússia, durante reunião com líderes das forças armadas — Foto: Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin via REUTERS
Porém, ao mesmo tempo em que pediu para se reunir com Putin, Zelensky também advertiu à Rússia que encerrará todas as negociações de paz caso soldados ucranianos sejam mortos em Mariupol, no sudeste do país.
"Se nossos homens forem assassinados em Mariupol e se forem organizados supostos referendos na região de Kherson (sul), a Ucrânia vai se retirar de todo processo de negociação", afirmou Zelensky.
Um pouco mais cedo, uma tentativa de retirar civis de Mariupol foi "impedida" pelas tropas russas que controlam grande parte dessa cidade do sudeste da Ucrânia. Segundo o conselheiro da prefeitura local, Petro Andryushchenko, que relatou a operação, cerca de 200 habitantes da cidade foram para o ponto marcado para o embarque, mas foram "dispersos" pelos militares russos
Imagem aberta mostra siderúrgica Azovstal, símbolo da resistência ucraniana em Mariupol — Foto: Alexander Ermochenko/REUTERS
Alguns deles, acrescentou o conselheiro, foram forçados a entrar em ônibus rumo a Dokuchaievsk, uma cidade ocupada pelos russos 80 quilômetros ao norte de Mariupol. "As pessoas não tinham o direito de sair dos ônibus", afirmou. Segundo ele, os russos atribuíram a mudança de itinerário "aos disparos de nacionalistas (ucranianos)" na área. "Mais uma vez, os russos impediram uma retirada", criticou Andryushchenko.
Após quase dois meses de cerco e de bombardeios, grande parte de Mariupol, um estratégico porto industrial no Mar de Azov, foi ocupada pelas tropas russas, mas soldados ucranianos permanecem entrincheirados nos quilométricos túneis da siderúrgica Azovstal.
Fonte: Da Redação com G1