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O Financial Times destacou o descontentamento crescente dos brasileiros com a alta dos preços, especialmente do café, e como a inflação afeta a popularidade do presidente Lula. A publicação ressalta que, apesar de o Brasil ser o maior produtor mundial de café, os preços elevados têm gerado insatisfação generalizada.
Em São Paulo, um motorista de 49 anos, expressou sua indignação com os preços do café, chegando a R$ 145 o quilo, e culpou o governo pela situação.
"Eu culpo o governo." disse o motorista ao Financial Times.
O jornal britânico aponta que, embora o aumento global dos preços do café esteja ligado a fatores climáticos, no Brasil o aumento foi de quase 40% no último ano, simbolizando um descontentamento mais amplo com a inflação e com a política econômica do governo Lula.
Dados da indústria mostram uma queda de 2,2% no consumo médio de café até outubro do ano passado, refletindo o impacto dos altos preços no comportamento dos consumidores. Essa crescente insatisfação ameaça as perspectivas de reeleição de Lula em 2026, com pesquisas recentes indicando que sua desaprovação supera a aprovação pela primeira vez desde 2023.
"O preço dos alimentos subiu rapidamente e os eleitores veem que suas rendas não estão acompanhando." afirmou Felipe Nunes, diretor da empresa de pesquisas Quaest.
O aumento no custo de vida é um tema sensível para Lula, que durante sua campanha prometeu "cerveja e churrasco". Nos últimos 12 meses, o preço da cesta básica subiu 14,2%, com um aumento de 25% no custo da carne bovina, conforme dados da associação de supermercados do Brasil.
A análise do Financial Times aponta que Lula busca expandir o papel do Estado para melhorar os padrões de vida. No entanto, uma pesquisa do Datafolha revelou que a aprovação de Lula caiu para 24%, a mais baixa de qualquer um de seus mandatos, gerando comparações com o ex-presidente americano Joe Biden, que também enfrentou desafios com o aumento do custo de vida.
Enquanto o aumento de 4,8% nos preços ao consumidor no ano passado superou a meta oficial de 4,5%, economistas preveem uma nova alta na inflação para 2025, criticando o gasto excessivo do governo.
*Reportagem produzida com auxílio de IA