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'Ele gritava que ia matar todos os petistas', diz filho de líder do PT assassinado em Foz do Iguaçu

Vendedor Leonardo Arruda relata ao GLOBO momentos de terror em festa de aniversário.

Marcelo Arruda em aniversário com tema do PT (Foto: Reprodução)
Marcelo Arruda em aniversário com tema do PT (Foto: Reprodução)

Filho do guarda municipal Marcelo Arruda, ex-candidato a vice-prefeito na chapa do PT em Foz do Iguaçu (PR), o vendedor Leonardo Arruda, de 26 anos, relatou ao GLOBO os momentos de terror durante a comemoração do aniversário de 50 anos de seu pai. Marcelo Arruda foi assassinado na madrugada deste domingo após um homem, identificado como o policial José da Rocha Guaranho, invadir a comemoração.

Guaranho, que seria um simpatizante de Jair Bolsonaro, teria interrompido o evento, com tema do PT, e atirado três vezes contra Arruda, disse o partido, que divulgou nota sobre o caso nesta manhã.

Após ser atacado, Marcelo Arruda teria reagido com cinco tiros, o que também levou o agressor à morte.

— O bolsonarista apareceu do nada. Ninguém conhecia ele. Ele gritava que ia matar todos os petistas, gritava palavras de ordem e ""aqui é Bolsonaro". Ele chegou a apontar a arma pela primeira vez para o meu pai. A esposa dele tentou evitar que ele fizesse um primeiro disparo. Ele prometeu que ele ia voltar, e ele voltou logo depois já atirando. Ele acertou três tiros no meu pai. Pelo ódio dele, parecia que ia matar todo mundo. Mas meu pai conseguiu evitar o pior, antes de morrer — narra Leonardo ao GLOBO.

O vendedor conta que amigos de seu pai vieram de outras cidades para comemorar o aniversário de 50 anos.

— O ambiente estava maravilhoso. O tema era sobre o PT, partido que ele se identifica, que ele gosta. Nós vivemos num país democrático e devia ser assim. Uma pessoa não pode morrer por causa de uma questão política. Eu penso o seguinte: fez a festa do PT, Lula, que haja respeito. Se outra pessoa faz um aniversário com tema Bolsonaro, que respeite também. Não precisa ir num aniversário do rival e matar ele. Cada um comemora do jeito que quiser. A gente estava numa associação, num ambiente tranquilo — lamenta.

O guarda municipal deixa quatro filhos. Leonardo é o mais velho, de 26 anos, e o mais novo, uma menina que tem apenas dois meses de vida.

— A pessoa estava tomada pelo ódio. Não pensa na família dele, nem na minha. Ele matou enquanto gritava aqui é Bolsonaro, aqui é mito. Estamos todos muito apavorados.

Fonte: Redação do blog com ClickPB

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