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Antonio Bispo dos Santos, conhecido como Nego Bispo, nasceu no Vale do Rio Berlengas, Piauí e morreu neste domingo, dias antes de completar 64 anos.



Formado pelos ensinamentos de mestras e mestres do quilombo Saco-Curtume, tornou-se importante líder e intelectual quilombola no país. Autor de artigos, poemas e livros, Bispo vem vem despertando debates dentro e fora da academia, sobretudo a partir do conceito de "contra-colonização", que trata da relação entre regimes sociopolíticos e cosmológicos. O autor compreende a colonização como um processo etnocêntrico que busca substituir uma cultura pela outra, por meio de práticas de invasão, expropriação e etnocídio.

Como liderança quilombola, atuou na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) e destacou-se por sua atuação política e militância, que estão fortemente relacionadas à sua formação quilombola, evidenciada por uma cosmovisão a partir da qual os povos constroem, em defesa de seus territórios tradicionais, símbolos, significações e modos de vida.

Sua perda está sendo lamentada por diversas lideranças políticas e sociais, que reconhecem a importante contribuição de Nego Bispo para o debate e a intelectualidade negra do país.

Em nota, a @conaquilombos lamentou a perda "Sua contribuição inestimável para a compreensão e preservação da cultura e identidade quilombola será lembrada e reverenciada por gerações."


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