Os mercados globais reagiram com forte queda na segunda-feira, 03/02/2025, após o presidente Donald Trump anunciar novas tarifas sobre importações do México, Canadá e China.
Trump impôs uma tarifa de 25% sobre produtos do México e Canadá, e 10% sobre produtos chineses. Essa decisão impactou fortemente os futuros dos principais índices em Nova York e gerou preocupações internacionais.
A medida afeta US$ 1,3 trilhão em produtos, mais de 40% das importações americanas. As tarifas, inicialmente previstas para entrar em vigor em 4 de fevereiro, podem ser adiadas caso haja um acordo de última hora entre os países envolvidos.
Trump anunciou ainda a possibilidade de novas tarifas sobre a União Europeia, aumentando o temor de uma guerra comercial global.
"Essas tarifas são o principal fator de suporte aos preços. A expectativa inicial do mercado é de uma pressão inflacionária no curto prazo, o que também contribui para a alta das cotações." concluiu Bruno Cordeiro, analista da StoneX.
O Goldman Sachs estima que uma tarifa de 25% pode aumentar o índice de preços de gastos com consumo (PCE) dos EUA em 0,7% e reduzir o PIB em 0,4%. Uma tarifa de 10% sobre produtos energéticos canadenses ameniza esse impacto, mas uma tarifa de 20% sobre a China elevaria o PCE em 0,3%, segundo o banco.
Analistas previram, desde a campanha presidencial de Donald Trump, impactos negativos para países emergentes. Inicialmente, as tarifas favorecem o dólar, aumentando a procura por dólar e elevando os rendimentos dos Treasuries.
No Brasil, o mercado prevê inflação ligeiramente mais alta em 2025 e 2026, de acordo com o Boletim Focus. A expectativa para o IPCA subiu para 5,51% no fim de 2025 (de 5,50% na semana anterior), marcando a 16ª semana consecutiva de aumento na previsão. Para 2026, a projeção é de 4,28%, ante 4,22% na pesquisa anterior. O centro da meta do Banco Central é 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A reação imediata do mercado foi de busca por segurança, com investidores se refugiando no dólar americano e evitando investimentos em ações. A Ibovespa e outras bolsas de valores ao redor do mundo sofreram quedas significativas. O temor de uma guerra comercial e seu impacto em economias como a China e a UE geraram preocupações no mercado brasileiro.
A situação gera incertezas para a economia brasileira, especialmente considerando a dependência do país em relação ao comércio exterior e o impacto da inflação no cenário político e econômico atual. O cenário internacional tornou-se ainda mais volátil com as ações de Donald Trump.
*Reportagem produzida com auxílio de IA