Uma pesquisa inovadora conduzida pela professora Yael Mandel-Gutfreund e pelo doutorando Amir Argoetti, do Technion (Instituto de Tecnologia de Israel), revelou um mecanismo crucial na defesa celular contra vírus. O estudo foca em duas moléculas essenciais: NORAD e STAT3.
O NORAD, um tipo de RNA não codificante, atua como um regulador dos genes dentro da célula, controlando a ativação daqueles responsáveis por produzir proteínas necessárias para diversas funções celulares. Já o STAT3 é uma proteína fundamental para ativar o sistema imunológico, desencadeando respostas inflamatórias e de defesa.
Em condições normais, NORAD e STAT3 colaboram para manter o equilíbrio celular, com o NORAD limitando a ação do STAT3 para evitar respostas imunes desnecessárias. No entanto, em caso de ataque viral, a célula precisa agir rapidamente.
A pesquisa demonstrou que, ao detectar uma infecção, a célula desativa o NORAD, permitindo que o STAT3 ative a produção de proteínas de defesa que combatem o vírus e impedem sua replicação.
"Em um estado saudável, é importante que a célula não ative os genes envolvidos na resposta imunológica. Descobrimos que o RNA não codificante NORAD, em estados normais, se liga à forma de STAT3 que não está envolvida na ativação da resposta imunológica e a transporta para o núcleo, onde de fato evitará a ativação dos genes relevantes." afirma a professora Mandel-Gutfreund.
Este novo entendimento do funcionamento dessas moléculas pode abrir caminho para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas no combate a infecções virais, permitindo aos cientistas direcionar melhor a resposta imunológica e criar tratamentos mais eficazes.
De acordo com Mandel-Gutfreund, modular os níveis de NORAD pode ser uma abordagem terapêutica, mas isso pode levar a efeitos colaterais devido às outras funções importantes do NORAD. A manipulação do STAT3 pode ser uma solução mais viável para o tratamento de doenças.
"Idealmente, seria melhor interagir com essa interação via terapia de RNA ou pequenas moléculas. Esse tipo de terapia já foi implementado para outros estados patológicos, mas pode levar muito tempo. No entanto, a terapia baseada em RNA está sendo amplamente estudada e é provável que seja mais fácil e rápida de implementar em um futuro próximo." acrescenta Mandel-Gutfreund.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
