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dia internacional da mulher

Mulheres ritmistas enfrentam preconceito como principal desafio

Carolina Messias dos Santos, ritmista da Escola de Samba Mangueira.

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Carolina Messias dos Santos, ritmista da Escola de Samba Mangueira. Foto Carol Santos/Arquivo Pessoal

“A presença feminina nas baterias tem crescido bastante e posso afirmar com convicção que a página Mulheres no Ritmo contribuiu muito para esse avanço. Há quase nove anos, estamos na luta pela igualdade das mulheres nas baterias, dando voz, visibilidade, exaltando, evidenciando e incentivando mais mulheres a ingressarem nesse espaço”, diz Carol.

Nascida em São Paulo, onde começou a tocar surdo de segunda pela Torcida Independente, apoiando o São Paulo Futebol Clube, em 2011 a ritmista estreou no carnaval pela escola de samba Independente Tricolor, inicialmente no chocalho e depois nos surdos de segunda e terceira. Há oito anos no Rio de Janeiro, desde 2023, Carol desfila como parte da bateria “Tem que Respeitar Meu Tamborim”, da Mangueira.

“Hoje, vemos mais mulheres tocando, ensinando e até comandando baterias. A presença feminina tem crescido não só nas baterias, mas também em cargos de direção, na parte musical e na organização das escolas. No entanto, essa evolução não aconteceu por acaso. Foi preciso que muitas mulheres enfrentassem barreiras para que outras pudessem chegar onde estão hoje”, afirma.

Como Joyce e Dilma, Carol cita “o preconceito, a resistência e a falta de oportunidades” como desafios enfrentados pelas mulheres ritmistas nas baterias das agremiações. “Muitas vezes, as mulheres precisam provar o tempo todo que são capazes. Mas o cenário tem mudado, e ver cada vez mais mulheres nas baterias me enche de esperança e orgulho. A luta ainda existe, mas estamos avançando”.

Atualmente, o movimento Mulheres no Ritmo conta com cerca de 20 ritmistas dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Santa Catarina, realizando também a cobertura dos desfiles de carnaval nesses quatro estados. O principal objetivo do coletivo, de acordo com Carol, é “abrir caminhos e garantir que as próximas gerações tenham ainda mais espaço e reconhecimento dentro das escolas de samba”.

“Precisamos continuar ocupando esses espaços, pois temos direito a isso, seja no carnaval ou em qualquer outro setor da sociedade. Como diz o slogan do Mulheres no Ritmo: ‘Lugar de mulher é onde ela quiser’”, garante a ritmista.

*Estagiária sob supervisão de Mariana Tokarnia

Fonte: Agência Brasil

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