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A Perseguição Nazista para com a Maçonaria

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Este trabalho tem como objetivo dissertar sobre a perseguição durante o regime nazista, abordando o período do regime e como isso afetou a Maçonaria, uma sociedade secreta, além dos motivos que levaram a esse absurdo causado por um regime totalitário extremista.

Durante o regime nazista na Alemanha, a perseguição estendida à Maçonaria foi parte de uma ampla campanha de repressão contra grupos considerados 'indesejáveis' pelo partido nazista.

A Maçonaria, uma fraternidade secular conhecida por seus princípios de fraternidade, liberdade e igualdade que busca pelo conhecimento, encontrou-se no alvo das políticas de supressão ideológica e racial do regime de Adolf Hitler. A Maçonaria, com suas origens profundas e históricas, tornou-se um dos alvos do ódio nazista devido à sua estrutura de organização internacional e ao seu histórico de inclusão de membros de diferentes origens étnicas, religiosas e sociais.

O regime nazista, com sua ideologia de superioridade racial e busca por uniformidade cultural, via na Maçonaria uma ameaça à sua visão de unidade e poder absoluto. Desde o início do regime de Hitler em 1933, as autoridades nazistas começaram a suprimir organizações consideradas contrárias aos ideais do partido, incluindo a Maçonaria. As lojas maçônicas foram fechadas, suas propriedades confiscadas e seus membros perseguidos e presos.

Os nazistas alegavam que a Maçonaria era parte de uma conspiração internacional judaica para minar o poder do Estado alemão, uma narrativa falsa que servia para justificar a repressão. Os líderes nazistas difundiram uma série de teorias da conspiração sobre a Maçonaria, retratando-a como um bode expiatório para os males sociais e econômicos enfrentados pela Alemanha.

Eles alegavam que os maçons estavam secretamente trabalhando contra os interesses alemães e colaborando com supostos inimigos do Estado. Além do fechamento de lojas e da prisão de membros, os nazistas lançaram uma campanha de propaganda difamatória contra a Maçonaria. Cartazes, panfletos e discursos públicos retratavam os maçons como traidores e inimigos do Estado, associando-os a grupos que os nazistas consideravam indesejáveis, como judeus, comunistas e dissidentes políticos.

Os maçons enfrentaram discriminação em vários níveis da sociedade alemã sob o regime nazista. Muitos perderam seus empregos, viram suas carreiras arruinadas e foram marginalizados pela sociedade. A perseguição à Maçonaria foi parte de uma estratégia mais ampla dos nazistas para eliminar qualquer forma de oposição e estabelecer um controle totalitário sobre a população.

A crueldade da perseguição à Maçonaria na Alemanha nazista foi evidente nas prisões em massa, nos interrogatórios brutais e nos tratamentos desumanos infligidos aos membros desta ordem. Muitos foram enviados para campos de concentração, onde enfrentaram condições desumanas e muitos não sobreviveram. Foi somente com o fim da Segunda Guerra Mundial, com a derrota do regime nazista em 1945, que a Maçonaria na Alemanha pôde começar a se reorganizar e reconstruir suas lojas.

No entanto, o impacto da perseguição nazista deixou marcas profundas na história da Maçonaria, e suas feridas levaram tempo para cicatrizar. A perseguição nazista à Maçonaria foi um capítulo sombrio e trágico na história da fraternidade. Além de representar a intolerância e a brutalidade do regime de Hitler, também demonstrou a resistência dos valores maçônicos de liberdade, tolerância e busca pela verdade, mesmo diante de forças tão opressivas.

Essa perseguição serve como um lembrete doloroso das consequências do fanatismo e da intolerância, destacando a importância de preservar e defender os princípios fundamentais de liberdade, igualdade e respeito pelas diferenças, valores centrais tanto para a Maçonaria quanto para a humanidade como um todo.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

Devemos lembrar que o regime nazista começou em 1933 até 1945 com a morte de Adolf Hitler, o regime do ditador levou Alemanha a um nível de uma grande nação, porém seu movimento extremista e marcado pelo antissemitismo, anticomunismo e violência que são características principais de tal regime.

2.1 LEIS DE NUREMBERG

Em 15 de setembro de 1935 o Partido Nazista criou as leis de Nuremberg, assim, criando uma legislação que ampliou o antissemitismo na Alemanha nazista. Aprovadas em setembro de 1935 e formadas por 3 leis foi oficializado a exclusão dos judeus da sociedade Alemã, assim, perderam o direito à cidadania.

As leis de Nuremberg são resumidas em três, sendo elas "Lei de Proteção do Sangue e da Honra Alemã" (Gesetz zum Schutze des deutschen Blutes und der deutschen Ehre), "Lei de Cidadania do Reich" (Reichsbürgergesetz) e "Lei da Bandeira do Reich" (Reichsflaggengesetz)."

2.2 COMO ERA DEFINIDO QUEM ERA JUDEU DE ACORDO COM AS LEIS DE NUREMBERG?

A primeira lei "Lei de Proteção do Sangue e da Honra Alemã" definia que aquele que tivessem ¾ de sangue judeu, se praticasse a religião judaica, se casasse com judeu depois da aprovação das leis, se tivesse pai ou mãe judeu.

A segunda lei "Lei de Cidadania do Reich" definia as cores da bandeira alemã escolhidas como vermelho, branco e o preto. A suástica como o símbolo integrante da bandeira do país.

A terceira lei "Lei de Cidadania do Reich" defenia basicamente quem seria ou não considerado cidadão alemão, estipulou que apenas pessoas de ascendência alemã ou pessoas relacionadas com esta nacionalidade seriam consideradas cidadãos.

2.3 A PERSEGUIÇÃO

Porém, devemos fazer as seguintes perguntas, quando começou a perseguição do nazismo para com a maçonaria? e quais motivos? O que aconteceu com as lojas maçônicas? Para onde foram os maçons?

O ano em que o Partido Nazista governou a Alemanha. A Maçonaria foi vista como uma ameaça aos princípios ideológicos e políticos do regime nazista, o que levou à rápida repressão e perseguição aos maçons.

Existem muitas razões para perseguir os maçons. Primeiro, a estrutura internacional e a tradição da Maçonaria de aceitar membros de vários grupos raciais, religiosos e sociais contrariavam a visão nazi de uma sociedade racialmente homogénea e pura.

Os nazistas viam a Maçonaria como uma organização que promovia ideais de fraternidade e tolerância, que eram vistos como antitéticos às aspirações do partido por unidade racial e hegemonia. Além disso, os nazistas frequentemente associavam a Maçonaria a teorias de conspiração antissemitas.

Os líderes nazistas promoveram a ideia de que a Maçonaria fazia parte de uma conspiração judaica internacional para minar o poder alemão, embora a Maçonaria não fosse uma organização religiosa ou étnica, mas sim uma irmandade baseada em princípios filosóficos e humanitários.

Logo depois que Hitler chegou ao poder, o governo fechou as lojas maçônicas alemãs, confiscou suas propriedades e perseguiu seus membros. As leis antimaçônicas do regime nazi proibiram toda a actividade maçónica, forçaram o encerramento das lojas e a liquidação das suas estruturas.

A Gestapo, a polícia secreta nazista, invadiu lojas maçônicas e confiscou documentos, registros e itens relacionados às atividades maçônicas. Os maçons sofreram severas perseguições, incluindo prisões arbitrárias, interrogatórios brutais e confisco de suas propriedades. Muitas pessoas foram tratadas de forma desumana e enviadas para campos de concentração, onde enfrentaram condições terríveis e, em muitos casos, não conseguiram sobreviver.

O destino dos maçons durante a perseguição nazista foi tal que muitos fugiram do país para escapar da opressão. Alguns procuraram refúgio em países vizinhos ou mais distantes, procurando refúgio e reconstruindo as suas vidas em locais não diretamente ameaçados pelo regime nazi. Outros juntaram-se à resistência contra os nazis e lutaram ativamente contra o regime, dentro ou fora da Alemanha. Aqueles que foram feitos prisioneiros pelos nazistas tiveram um destino miserável. Muitos foram enviados para campos de concentração, onde sofreram violência, fome, trabalhos forçados e condições desumanas. Aqueles que não morreram nos campos muitas vezes enfrentaram dificuldades após o fim da guerra, sofrendo traumas físicos e emocionais e tendo de reconstruir as suas vidas após anos de perseguição e violência.

As consequências da perseguição nazista à Maçonaria foram profundas e duradouras. Mesmo após o fim da Segunda Guerra Mundial e a derrota do regime nazista, a Maçonaria na Alemanha precisou de tempo para se reorganizar e reconstruir a sua estrutura. As cicatrizes da perseguição nazista deixaram uma marca indelével na história maçônica, mas também são evidências da persistência de seus valores fundamentais de igualdade, fraternidade e liberdade e busca pelo conhecimento.

2.4 Alemanha, 1935.

Dois anos depois de chegar ao poder, em 8 de agosto de 1935, Hitler aboliu a Maçonaria Alemã por decreto, e logo depois todos os templos maçônicos foram saqueados e destruídos. A Gestapo prendeu e assassinou muitos maçons alemães, e a polícia secreta do regime e dez Grandes Lojas alemãs foram dissolvidas. Muitos nobres e líderes dos Templários foram enviados para campos de concentração. A Gestapo usou as listas de membros das Grandes Lojas e saqueou suas bibliotecas e coleções de artefatos maçônicos, com os membros indo para a clandestinidade ou deportados para campos de concentração. A perseguição ocorreu quando a Áustria foi ocupada pelos nazis, e o mesmo processo foi repetido quando Hitler ocupou a Polónia, os Países Baixos e a Bélgica através da Checoslováquia.

Durante o período do regime muitas lojas barraram judeus e adotaram medidas que foram de acordo com o regime em formas de cláusulas e coordenação dentro do padrão e exigências nazistas.

Ainda em 1935, Adolf Hitler, nomeou prementemente para o ministro da economia do terceiro Reich, Hjalmar Schacht (1877-1970) maçom, que ganhou o prêmio crachá dourado, onde foi dado aos 100 000 primeiros membros do partido e que tinham realizados serviços ininterruptos.

2.5. HJALMAR SCHACHT


Imagem 1. Hjalmar Schacht. Fonte: Google

Economista, banqueiro, político alemão, cofundador do Partido Democrático Alemão. Schacht nasceu em Tingleff, Império Alemão (atual Dinamarca), filho de William Leonhard Ludwig Maximilian Schacht e Constance Justine Sophia von Eggers, uma baronesa dinamarquesa. Seus pais, que passaram muitos anos nos Estados Unidos, inicialmente decidiram pelo nome de Horace Greeley Schacht em homenagem ao jornalista americano Horace Greeley.

Hjalmar Schacht, foi iniciado na maçonaria em 1908, na loja Urania zur Unsterblichkeit (loja Urânia para a Imortalidade) de Berlim (possivelmente Rito Schröder).

No entanto, cederam à insistência da avó da família Schacht, que acreditava firmemente que o nome de batismo da criança deveria ser dinamarquês. Antes de receber seu doutorado em economia em 1899, Schacht estudou medicina, filologia e ciências políticas. Mais tarde, serviu como Comissário da Moeda e Presidente do Reichsbank durante a República de Weimar e de 1933 a 1939 durante o regime nazista. Schacht foi um dos

principais impulsionadores da política de reestruturação, reindustrialização e rearmamento da Alemanha, e era um homem com uma personalidade forte. Ele criticou a obrigação de seu país de compensar após a Primeira Guerra Mundial. Liberado do serviço ativo no governo nazista em 1939, Schacht passou a Segunda Guerra Mundial em um campo de concentração e foi julgado e absolvido em Nuremberg por seu papel na economia de guerra da Alemanha.


Imagem 2. Crachá dourado. Fonte: Google

2.6.A GUERRA CONTRA JUDEUS

Para Adolf Hitler, sua guerra particular contra seus ideais já tinha começado muito antes de assumir o poder na Alemanha. Até mesmo em seu livro Mein Kampf, suas ideias sobre o antissemitismo já eram evidenciadas. Podemos definir que tudo se tornou efetivo quando assumiu como líder do Reich e sua perseguição definitivamente começou.

Hitler odiava a Maçonaria porque acreditava que ela permitia aos judeus escapar às barreiras raciais e legais que os alienavam da sociedade europeia. Como resultado, um dos primeiros passos de Hitler depois de chegar ao poder foi fechar as lojas maçónicas. Esta é uma tarefa realizada em apenas dois anos. Quando a guerra estourou, quatro anos depois, a postura antimaçônica de Hitler se espalhou pelos exércitos invasores, e o correspondente americano da Mercury, Sven Lunden, disse: "Os nazistas e os fascistas são o único grupo que eles odeiam mais do que Hitler". declarado. Judeu. Eles são maçons."2 Esta é uma afirmação interessante, mas Lunden está claramente errado. Os nazistas não odiavam os maçons como os judeus. Na verdade, os nazistas não odiavam os maçons. Eles são "maçons", mas não necessariamente " Maçons." O que eu não gostava não era das pessoas, mas da ideologia.

3. CONCLUSÃO

A perseguição nazista à Maçonaria foi um dos capítulos mais sombrios e trágicos da história do século XX, revelando não apenas a brutalidade do regime de Adolf Hitler, mas também a sua oposição aos valores básicos de fraternidade, liberdade e busca. verdade.

Este período sombrio de opressão e perseguição de uma ordem baseada em princípios humanitários e filosóficos oferece lições profundas e intemporais que continuam a ressoar hoje.

A perseguição à Maçonaria durante o regime nazista foi impulsionada por uma ideologia totalitária que buscava impor uma visão unificada e pura da sociedade, excluindo todos os grupos considerados "indesejáveis".

A Maçonaria ameaça esta visão porque é uma organização internacional inclusiva que luta pela tolerância e fraternidade entre pessoas de diferentes origens, crenças e estatutos sociais. A repressão à Maçonaria incluiu o fechamento de lojas, a prisão de membros e a difusão de propaganda difamatória. Muitos foram submetidos a tratamento desumano, enviados para campos de concentração e, em alguns casos, perderam a vida. A Maçonaria passou por grandes dificuldades, sendo a organização dissolvida e seus membros perseguidos simplesmente por aderirem aos princípios de liberdade e fraternidade.

Mas a história da perseguição nazista aos maçons também revela a resiliência e a força dos valores fundamentais representados pela Maçonaria. Apesar da repressão constante, muitos maçons resistiram bravamente aos esforços para erradicar a sua filosofia e valores. Alguns enfrentaram corajosamente a perseguição, outros fugiram para sobreviver, mas todos demonstraram um compromisso com os princípios maçónicos que superaram as terríveis circunstâncias em que se encontravam.

A história da perseguição aos maçons durante o regime nazista fornece lições valiosas para a humanidade. Em primeiro lugar, serve como um lembrete das terríveis consequências da intolerância, da estreiteza de espírito e do poder desenfreado. Mostra como a destruição de grupos baseados no preconceito pode levar à crueldade e à negação dos direitos humanos. Enfatiza ainda a importância essencial de proteger a liberdade de associação, pensamento e expressão.

A supressão da Maçonaria pelos nazistas foi um ataque direto à liberdade de associação e à diversidade de pensamento. Isto realça a necessidade de proteger e valorizar instituições que promovam a tolerância, a diversidade e os valores humanos. A história da perseguição à Maçonaria também nos obriga a permanecer vigilantes contra o ressurgimento de ideologias totalitárias e tacanhas.

Devemos reconhecer os primeiros sinais de discriminação e perseguição, trabalhar ativamente para impedir a propagação do ódio e promover a compreensão mútua e o respeito pelas diferenças. Esta história também exige respeito pela coragem e perseverança daqueles que suportam perseguições.

Devemos aprender com o seu exemplo, defendendo os valores da fraternidade, da tolerância e da liberdade, não apenas em tempos de paz, mas também em tempos de dificuldades e desafios. A supressão nazista da Maçonaria foi um período sombrio na história, mas foi também um teste de resistência dos valores humanos básicos. É importante lembrar, refletir e aprender com esta história para evitar repetir os erros do passado e criar um mundo mais justo, inclusivo e compassivo para as gerações futuras.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Montoril Júnior, Nilson. "Maçons no campo de concentração nazista". Agazetadoamapa. Disponível em:

<https://agazetadoamapa.com.br/coluna/104/macons-no-campo-de-concentracao- nazista>. Acesso em: 10 de dezembro 2023.

Frank K. "Hjalmar Schacht". Find A Grave. Disponível em:

<https://pt.findagrave.com/memorial/23718729/hjalmar-schacht>. Acesso em: 10 de dezembro 2023

Thomas, Christopher Campbell. "Esquadro, Compasso e Suástica: A Maçonaria no Terceiro Reich". Bibliot3ca. Disponível em: <https://bibliot3ca.com/esquadro- compasso-e-suastica-a-maconaria-no-terceiro-reich-i/#_ftn3>. Acesso em: 11 de dezembro 2023

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