
No Dia Internacional da Mulher, especialistas reforçam a importância da vacinação contra o HPV e do rastreamento para a prevenção do câncer de colo do útero. A combinação dessas estratégias tem se mostrado eficaz na redução de casos, especialmente em países com alta cobertura vacinal.
Em países com alta cobertura de vacinação contra o HPV, como a Austrália, os casos de câncer de colo do útero estão em queda. A Austrália, com cobertura vacinal acima de 80%, já reduziu em mais de 50% os casos de lesões pré-cancerígenas em mulheres jovens, com o objetivo de erradicar o câncer do colo do útero até 2035.
O oncologista Raphael Brandão, Chefe de Oncologia da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, ressalta a importância da vacinação em massa para a redução drástica dos casos de câncer. Ele também observa que estudos indicam que mulheres que receberam tratamento para lesões cervicais e se vacinaram depois tiveram um risco significativamente menor de desenvolver novas lesões.
"Isso comprova que, onde há vacinação em massa, os casos de câncer despencam" Raphael Brandão, Chefe de Oncologia da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo
Apesar da eficácia da vacinação, o exame de Papanicolau continua sendo indispensável para detectar lesões pré-cancerígenas que podem ser tratadas antes de se tornarem um câncer invasivo.
"A vacina não substitui o exame de Papanicolau. Ele continua sendo fundamental, pois detecta lesões pré-cancerígenas que podem ser tratadas antes de se tornarem um câncer invasivo", alerta Brandão.
Márcia Vieira, especialista na área, ressalta que a prevenção deve incluir múltiplas estratégias, como rastreamento para Clamídia e Gonorreia em mulheres jovens, exames periódicos e tratamento de lesões pré-cancerosas. O SUS está ampliando o rastreamento para incluir testes moleculares (PCR) para detecção do HPV, o que permitirá diagnósticos mais precoces e direcionamento mais eficaz do tratamento.
Para evitar o HPV, a principal forma de prevenção é a utilização de camisinha durante as relações sexuais, embora não proteja 100%, pois o vírus precisa do contato de mucosas de forma direta para ser transmitido. Além disso, relações sexuais devem ser evitadas sempre que houver verrugas ou feridas nas regiões genitais, até a cicatrização e tratamento total das lesões.
Especialistas reforçam que campanhas de conscientização e vacinação são cruciais para aumentar a cobertura vacinal. A solução para combater o câncer do colo do útero envolve vacinar, rastrear e tratar precocemente.
"A vacina contra o HPV salva vidas, e garantir que mais meninas e meninos sejam vacinados hoje significa um futuro com menos casos de câncer", conclui Vieira.
*Reportagem produzida com auxílio de IA